A crença em Deus – Aspectos do Rito Moderno

O teólogo Fabrício Veliq expõe que CRENÇA e FÉ têm relações e diferenças. É muito comum que cristãos vejam outras religiões como crenças e a religião cristã como fé.

Desde muito cedo na história do Cristianismo a crença foi ligada com a fé e durante um bom tempo foram consideradas sinônimas. Uma vez que uma das definições da palavra crença indica que ela é uma “convicção profunda”, ou uma “atitude de quem acredita em pessoa ou coisa”, não foi difícil para a Idade Média pregar que para ser uma pessoa de fé era necessário que fosse convicto a respeito da doutrina que se era pregada no ambiente cristão.

Com o advento da Modernidade, porém, esse tipo de conceito muda significativamente. A crença, a partir, principalmente, do empirismo moderno passa a ser considerada como “disposição subjetiva a considerar algo certo ou verdadeiro, por força do hábito ou das impressões sensíveis”. Tendo isso em mente, e como não é possível voltar ao passado, pensar a relação e as diferenças entre crença e fé em dias atuais se torna algo importante e, até mesmo, necessário.

É comum, ao se abordar essa temática pelo viés teológico, definir crença, como algo que seria algo comum a todas as pessoas, mais ligada à ideia do acreditar em algo ou alguém, como pode ser percebido cotidianamente nas diversas relações familiares, institucionais, amorosas etc., uma vez que em todos esses tipos de relacionamentos está pressuposto o acreditar que aquele/a em quem se confia não nos trairá ou pagará o nosso salário em dia, etc. Esse sentido mais simples de acreditar, que envolve certa certeza do que acontecerá, seria o que hoje se define como uma crença.

A fé, por outro lado, é definida como aquela que tem a ver com uma decisão fundamental de entregar o seu coração a alguém ou a alguma coisa, de maneira que não é algo que vem simplesmente pelo hábito, ou que deve ser crido cegamente, mas envolve também uma reflexão a respeito daquilo sobre o qual se deseja depositar essa fé.

Nesse sentido, embora os conceitos estejam inteiramente inter-relacionados, a diferença se mostra bastante substancial. E isso traz grandes consequências para a forma como abordamos as diversas fés que se colocam dentro do aspecto religioso.

É muito comum que os cristãos vejam as outras religiões como crenças e a religião cristã como fé e nisso é possível perceber que no uso dos termos está implícita certa noção de superioridade do Cristianismo em relação às outras religiões. De certa forma, traz a ideia de que as outras religiões somente têm crenças e acreditam cegamente em algo, enquanto o Cristianismo é a religião que possui a fé e, por isso, a melhor de todas e a mais correta. Nada mais errôneo, até mesmo porque pode haver cristãos que somente tenham uma crença cristã, assim como budistas que tenham uma fé budista, e assim por diante.

Acreditar em algo não gera a fé em algo, na perspectiva da teologia cristã. A fé sempre pressupõe uma decisão em liberdade para ela e, portanto, nunca deve ser pensada como sendo algo adquirido pelo simples hábito.

Estar cercado por pessoas de fé não nos tornam pessoas de fé. Essa fé, como entendida no Cristianismo, vem por meio de um encontro com uma pessoa que, conforme cremos, é o crucificado que foi ressuscitado.

Por ser um encontro, a fé não deve ser pensada de maneira fechada e nunca deve ser encarada como convicção cega. Fé pressupõe esperança e somente nesse pano de fundo é capaz de se desenvolver uma fé que se diz cristã.

Entendendo crença e fé com essas diferenças, não é difícil inferir que se pode tanto ser uma pessoa de crença como uma pessoa de fé. No primeiro, há sempre a tendência a uma postura de fechamento diante das novas situações, presa nos aspectos doutrinais e nas “convicções” aprendidas por meio do hábito e da cultura. No segundo, uma vez que se mostra como decisão refletida e em liberdade, fruto de um encontro que pode ser de diversas maneiras, tende a ser propensa a abertura e ao diálogo com o diferente.

Fé e crença, portanto, embora muitas vezes tratadas como iguais, revelam diferenças que não devem ser deixadas de lado quando analisadas de forma mais profunda, visto que as terminologias sempre podem influenciar grandemente o modo como nos relacionamos com nossos irmãos e também com as outras religiões.

Encontramos no site do irmão Luiz Marcelo Viegas, “O Ponto dentro do Círculo”, essa matéria de autor anônimo, que diz:

Deísmo é um sistema filosófico ou atitude dos que aceitam a existência de um Deus destituído de atributos morais e intelectuais e que poderá ou não haver influído na criação do Universo. O deísta crê em Deus, mas não aceita religião nem culto, rejeitando toda espécie de revelação divina e, pois, a autoridade de qualquer Igreja.

Em maçonaria os sistemas ritualísticos podem ser divididos em ritos deístas, teístas e adogmáticos. Determina essa diferenciação o texto do ritual relativo à qualidade de consciência da presença de Deus nos trabalhos maçônicos e a interpretação dos Princípios morais simbolizados na lenda da cerimônia e no ornamento da Loja.

Exemplo de rito deísta, o Rito Schröder foi concebido desde sua origem com um conjunto de símbolos e cerimônias que guardam equidistância de religiões. Seus praticantes têm autonomia de opção pessoal a partir da crença em Deus.

O Rito Schröder selecionou da ritualística inglesa dos chamados “modernos” algumas referências à construção do Templo de Jerusalém, por Salomão, sem, contudo, ultrapassar os limites das analogias pontuais.

O sistema ritualístico inglês caracteriza, hoje, o conteúdo teísta. Em 1717, a ritualística da primeira Grande Loja foi deísta, quando abriu as portas das Lojas para variadas opções religiosas pessoais dos seus filiados, sem especificar uma a ser obedecida.

Em 1815, após o surgimento da Grande Loja Unida da Inglaterra, a primitiva Constituição de Anderson foi alterada, tornando-se dogmática e impositiva, atendendo preferência dos representantes da segunda Grande Loja de Londres, auto-proclamados “antigos”.

O Rito Escocês Antigo e Aceito começou teísta, na afirmação documental de Albert Pike, em nome do Supremo Conselho jurisdição Sul dos Estados Unidos.

No entanto, em 1875, Supremos Conselhos sediados em países católicos, reagindo às fortes ações antimaçônicas, planejaram levar à Convenção de Lausanne, prevista para 1878, a proposição de tornar as definições do Grande Arquiteto do Universo não exclusivamente teístas, abertas a outras aproximações da espiritualidade dentro do respeito da liberdade de consciência individual.

A proposição foi aprovada e incluída na Declaração de Princípios do rito. Com essa decisão o REAA tornou-se deísta durante poucos dias. Em seguida ao encerramento da Convenção de Lausanne, o Supremo Conselho – Sul dos Estados Unidos contestou a Convenção e, apoiado pelos Supremos Conselhos da Escócia e da Grécia, recomendou aos Corpos irmãos do mundo a reformulação da Declaração de Princípios a respeito da consciência livre sobre a compreensão do Grande Arquiteto do Universo.

Fixou o sentido teísta, impondo as crenças em um Deus pessoal e no dogma cristão da imortalidade da alma. A divisão no REAA persiste até o presente, alimentada pelo antagonismo dualista entre Supremos Conselhos teístas personalistas e deístas não personalistas.

O Rito Moderno representa o segmento ritualístico adogmático e laico (grifo nosso). Foi um rito deísta a partir da sua estruturação com sete graus por “Montaleau”  (se bem que muitos dos seus praticantes eram da religião Católica), sem chegar ao teísmo estrutural e, em 1877, decidiu em convenção, a supressão da afirmação dogmática da existência de Deus e da imortalidade da alma. Adotou o princípio do respeito absoluto à liberdade de consciência da fé.

Entendendo o Rito Moderno

Denomina-se como Rito Moderno tudo o que parte da primeira Grande Loja da Inglaterra, que se diz fundada a partir de 1717 e, que segue a ritualística nos moldes da publicação feita por Samuel Prichard em 1730, no famoso livro “A Maçonaria Dissecada”.

Alguns maçons simpatizantes do tradicionalismo antigo fundam em 1751 uma segunda Grande Loja, tida, então, como a dos Antigos. Em 1813 as duas se fundem criando a Grande Loja Unida da Inglaterra.

Nascido do desejo de se criar uma unidade racional na diversidade de correntes de pensamento vigentes à época, o Rito Moderno é filho e herdeiro direto do pensamento iluminista.

Embora criado sob moldes racionais, pautou inicialmente suas regras na primitiva Constituição de Anderson, deísta e tolerante no aspecto religioso. Após a Revolução Francesa, em 21 de maio de 1799, o GOdF (Grande Oriente da França) e a GLUI (Grande Loja Unida da Inglaterra) redigem um tratado de união.

Entretanto, em 1815, a GLUI impõe a crença em um Ser Supremo Revelado através das Regras de 8 pontos de reconhecimento, o que gera um clima tenso entre o Grande Oriente e a mesma.

Em 1877 vem a ruptura definitiva entre as duas potências, quando o GOdF extingue a obrigatoriedade da crença em Deus e na imortalidade da alma como reconhecimento de um homem como maçom.

É oportuno dizer, conforme relata em seus profícuos estudos o maçonólogo da Espanha, irmão Joaquim Villalta, que a Maçonaria Belga, uma das maiores da Europa Continental, havia se antecipado ao GOdF e, já em 1872, se declarava de forma incontinenti,  “Adogmática”,  desobrigando-se e aos seus afiliados,  do uso do Dístico “Grande Arquiteto do Universo” (GADU).

Coerente com esta linha de pensamento, e, talvez por causa disso, considerado o condutor da Maçonaria do 3º. Milênio, o Rito Moderno dá ao maçom o direito de pensar com irrestrita liberdade, o dever de trabalhar para o bem-estar social e econômico do cidadão, e a capacidade de defender os direitos naturais e sociais do homem, seja de qualquer cultura ou nacionalidade. 

Este humanismo explícito, muitas vezes atrita-se com o status quo social, do qual a religião é um de seus pináculos básicos.

O Rito Moderno não considera a Maçonaria como uma ordem mística, embora seus três primeiros graus o sejam, baseados que estão no pensamento judaico-cristão. Ainda assim, o maçom do Rito Moderno é naturalmente cientificista e, portanto, pedagogicamente mais afeito à forma do aprendizado do que ao seu conteúdo.

O Rito Moderno entende que a busca da verdade se realiza no Grau de Aprendiz pela intuição, no Grau de Companheiro através da análise e culmina no Grau de Mestre pelo desenvolvimento da capacidade de síntese, num processo evolutivo lógico-racional baseado no pensamento científico contemporâneo.

Os padrões de conduta do Rito Moderno são racionais e cartesianos, enriquecidos na contemporaneidade, por um Humanismo essencialmente democrático e plural. Características essenciais para um mundo globalizado.

O Rito Moderno não considera a Maçonaria como uma Ordem Mística, embora seus três primeiros graus estejam impregnados da mística das civilizações antigas.

Os padrões do pensamento da Maçonaria Francesa são racionais e científicos, e se prendem à época moderna, ao Humanismo.

Com muita propriedade, o maçonólogo Joaquim Villalta expõe:

... “O Rito Francês é essencialmente mítico. Ele transmite três mitos fundamentais: o mito da passagem das trevas para a luz; o mito da construção do templo de Salomão e o mito hirâmico. Não se pretende encontrar nele:

 a) Nem o pensamento religioso que implica total submissão a uma realidade absoluta (O Rito Moderno ou Francês não contém nada religioso ou “sagrado” ou oração, ou qualquer ato relativo a um caráter religioso em particular);

b) Nem o pensamento esotérico entendido como uma revelação transmitida somente a alguns eleitos (Esta tendência que pode se tornar sectária introduz uma clivagem entre os irmãos que separa entre eleitos e condenados, pensamento que vai contra a universalidade da Maçonaria. O Rito Moderno ou Francês defende o universalismo e a possibilidade de que todos os seres humanos desenvolvam seu potencial);

 c) Nem o pensamento místico que busca a imersão total do indivíduo no que o supera (A mitologia maçônica apoia-se na ideia de um projeto de construção; lida com o aqui e agora; coloca o Homem no centro do universo, onde ele é material e trabalhador ao invés de seu Templo interior, mas de exteriorização compartilhada e projeção universal e responsável necessária);

d) Nem o pensamento mágico que tenta controlar a realidade por operações mentais profundamente irracionais entregues à teurgia, a alquimia ou a magia;

 e) Nem o pensamento ocultista que privilegia as superstições mais perigosas creditando à influência dos “espíritos” sobre os humanos e que acredita, firmemente, em atos de caráter mágico.

Seja qual for a sua forma de ritual utilizado, o Rito Moderno ou Francês, se atém às suas características originais; se impõe, hoje e amanhã, como uma expressão ordenada e completa dos valores maçônicos “permanentes”: a busca da verdade, a perfectibilidade para quem deseja progredir, a liberação para permitir o avanço da mulher e do homem comprometidos como um elo na cadeia social”...

A síntese dos debates da Assembleia em 1876, que levaram à resolução de 1877, mostra bem, que:

“A Franco-maçonaria não é deísta, nem é ateísta, nem sequer positivista. A instituição que afirma e pratica a solidariedade humana, é estranha a todo dogma e a todo credo religioso. Tem por princípio único o respeito absoluto da liberdade de pensamento e consciência. Nenhum homem inteligente e honesto poderá dizer, seriamente, que o Grande Oriente de França quis banir de suas lojas a crença em Deus e na imortalidade da alma quando, ao contrário, em nome da liberdade absoluta de consciência, declara, solenemente, respeitar as convicções, as doutrinas e as crenças de seus membros”.

“O Rito Moderno mantém-se tolerantemente imparcial, ou melhor, respeitosamente neutro, quanto à exigência, para os seus adeptos, da crença específica em um Deus revelado, ou Ente Supremo, bem como da categórica aceitação existencial de uma vida futura; nunca por contestante ateísmo materialístico, mas unicamente, pelo respeito incondicional ao modo de pensar de cada irmão, ou postulante.

Demonstra apenas, a evolução das crenças estimulando os seus seguidores ao uso da razão, para formar a sua própria opinião. Procura ensinar que a ideia de Deus resulta da consciência e que as exteriorizações do seu culto não passam de um sentimento íntimo, que se pode traduzir das mais diversas maneiras.”

Na excelente exposição do irmão Mano Lima (Walter Celso de Lima) autor de várias obras maçônicas, temos que:

Teísmo é a doutrina religiosa e filosófica caracterizada por afirmar a existência de Deus, de caráter pessoal e transcendente, soberano do universo e, principalmente, em intercâmbio constante com a criatura humana. Trata-se de Deus revelado. A palavra vem do grego Theós (Θεός) Deus, divindade, + -ismo. É comum às religiões monoteístas; porém, pode-se aplicar também às politeístas. Em todas as religiões politeístas há sempre um deus criador.

  Deísmo é a doutrina que considera a razão como única via capaz de assegurar a existência de Deus, rejeitando, para tal fim, o ensinamento transcendental, a revelação ou a prática de qualquer religião organizada. Não nega a possível existência de Deus criador. A palavra vem do francês, déisme. O deísmo difundiu-se principalmente entre os filósofos enciclopedistas e foi o precursor do ateísmo moderno.

No deísmo, Deus é visto como a “primeira causa” ou “princípio criador” e o início básico da racionalidade do universo. Muitos deístas acreditam em um deus da natureza, um criador não intervencionista, que permite que o universo corra o seu próprio curso, de acordo com asa leis naturais. O deísmo não tem nenhum credo ou livro sagrado. O inferno não existe é apenas um símbolo do mal que pode ser superado pelo raciocínio do próprio homem.

Ateísmo é a doutrina ou atitude que nega categórica, peremptória e definitivamente a existência de Deus, asseverando a inconsistência de qualquer saber ou sentimento religioso, seja aquele calcado na fé ou revelação, seja o que se propõe a alcançar a divindade numa perspectiva racional ou argumentativa. A palavra vem de a- (negativa) e Theós (Deus ou divindade) + -ismo. Como não se pode provar a não existência de Deus, o ateísmo é paradoxalmente uma crença, uma questão de fé na negação da existência de Deus.

Agnosticismo é a doutrina que reputa inacessível ou incognoscível ao entendimento humano, a compreensão dos problemas propostos pela metafísica ou religião como a existência de Deus, o sentido da vida e do universo, etc.

Os agnósticos acreditam que ultrapassam o método empírico de comprovação científica. O agnóstico não está preocupado com Deus. Agnosticismo (em inglês agnosticism) é um termo criado por Thomas H. Huxley calcado no grego ágnoia (άγνοια) que significa ignorante.

Gnosticismo é um movimento religioso, de caráter sincrético e esotérico, desenvolvido nos primeiros séculos de era cristã à margem do cristianismo institucionalizado, combinando misticismo e especulação filosófica. A- é a negação do gnosticismo – agnosticismo.

Thomas Henry Huxley foi um biólogo inglês, especializado em anatomia comparada. Nasceu em 1825, em Ealing, Middlesex e faleceu em 1895, em Eastbourne, Sussex. Foi presidente de The Royal Society.

Criou o termo “agnosticismo” em 1889 para diferenciar de “ateísmo” e enquadrar a natureza das reivindicações dos cientistas sobre o que é cognoscível e sobre o que não é.

Huxley escreveu: “O agnosticismo, de fato, não é um credo, mas um método, cuja essência reside na aplicação rigorosa de um único princípio ... o axioma fundamental da ciência moderna ... Em questões intelectuais, siga sua razão e como isso o levará, sem levar em conta qualquer outra consideração ...

Em questões intelectuais, não pretenda que as conclusões sejam certas se não são demonstradas ou demonstráveis” (Huxley, 1889). Huxley estava preocupado em apartar e dissociar a ciência das religiões e de Deus.

Recentemente dividiu-se o agnosticismo em alguns tipos, expostos a seguir:

- Ateísmo agnóstico – não crê na existência de nenhuma divindade, porém não afirma saber que existe alguma divindade ou não (Barker, 2008).

- Teísmo agnóstico – não afirma conhecer a existência de uma divindade​porém ainda assim crê nela (Smith, 1979). Definição conflitante para mim, pois teísmo significa um Deus revelado em contato continuo com o homem.

- Agnosticismo apático ou pragmático – não há evidência da existência ou inexistência de Deus, porém qualquer divindade que possa existir parece indiferente ao universo ou ao bem-estar de seus habitantes, a pergunta é essencialmente acadêmica. Portanto sua existência tem pouco ou nenhum impacto sobre os assuntos humanos (Tyrrell, 2006).

-          Agnosticismo forte (também chamado de agnosticismo "estrito", "fechado" ou "permanente") – a questão da existência ou inexistência de Deus ou deuses e a natureza última da realidade são incognoscíveis devido a incapacidade natural de provar ou não provar a existência de Deus ou deuses (Le Poidevin, 2010).

-          Agnosticismo fraco (também chamado agnosticismo "empírico", "aberto" ou "temporário") - a existência ou inexistência de qualquer divindade está atualmente além do conhecimento humano, mas não é necessariamente incognoscível; portanto, suspenderá a prova até que a prova, se existir, esteja disponível (Le Poidevin, 2010).

Há outros conceitos importantes a serem definidos em seguida.

Panteísmo é a crença de que tudo (matéria) e todos (seres) compõem um Deus abrangente e imanente. Isto é, todo universo e toda natureza e Deus são idênticos. Os panteístas, portanto, não acreditam num Deus criador. A palavra panteísmo é derivada do grego πᾶν (pan que significa “tudo”) e θεός (theos que significa Deus ou divino).

Pandeísmo é a crença religiosa que provem do panteísmo e do deísmo. Isto é, a crença de que o Criador criou o universo e deixou de existir como uma entidade separada e consciente.

Disteleologia defende que a existência não tem causa final. É uma forma agressiva e otimista do ateísmo.

Há dois conceitos distintos sobre “irreligião”. Pode ser um teísta que não pratica nenhum culto. Ou aquele que simplesmente não segue nenhuma religião organizada.

Secularismo é o princípio da separação entre instituições governamentais e instituições religiosas. Não é exatamente o mesmo que laicismo.

O secularismo afirma o direito à liberdade da imposição governamental de uma religião ou crença sobre o povo dentro de um estado que é neutro em matéria de crença. 

Laicismo é aquilo que é independente do clero, da igreja (de qualquer igreja) e da religião (de qualquer religião).

Em sentido mais amplo, aquilo que é independente de qualquer confissão religiosa. Laicismo é a condição, a situação ou o caráter do que é laico. Laicidade é a qualidade do que é laico.

A palavra “laico” origina-se do latim laicus, a, que significa leigo. A palavra latina origina-se do grego laikós (λαικος) significa “do povo (povo experiente) ”.

Num sentido mais amplo laicismo é aquilo que é independente de qualquer religião; está acima de qualquer religião ou de qualquer discussão sobre Deus.

O laicismo desenvolveu-se principalmente em França o que demonstra a influência da política francesa de laicismo no Rito Moderno. Na verdade, o Rito Moderno e o Francês passaram por várias fases do deísmo, ao positivismo e ao laicismo.

Em direito, o laicismo é o “princípio da separação no Estado da sociedade civil e da sociedade religiosa”. Distingue-se do secularismo. A palavra “laicismo” refere-se, por extensão, ao caráter de “instituições, públicas ou privadas, independentes do clero e das igrejas”. O laicismo se opõe ao reconhecimento de uma religião do Estado. Laico significa, portanto, aquele que está acima, ou independente, das religiões.

O conceito de laicismo tem origem nos escritos dos filósofos gregos e romanos como Epicuro e Marco Aurélio, e dos pensadores iluministas como Locke, Bayle, Diderot e Voltaire, além dos pais fundadores dos EUA, como James Madison, Thomas Jefferson e Thomas Paine.

O princípio do laicismo tomou forma pela primeira vez durante a Revolução Francesa: a abolição do Antigo Regime em agosto de 1789 foi acompanhada pelo fim dos privilégios eclesiásticos e a afirmação de princípios universais, incluindo a liberdade de religião, consciência e igualdade de direitos, conforme expresso na Declaração dos Direitos do Homem. O texto da Declaração dos Direitos do Homem foi incorporado ao preâmbulo da Constituição Francesa de 4 de outubro de 1958.

No século XIX, as leis de laicismo, em França, gradualmente libertaram o Estado de seus laços históricos com a Igreja Católica e criaram novas normas políticas e sociais baseadas no princípio do universalismo republicano.

Este processo, que teve lugar num movimento mais amplo, ligado à modernidade, confiou ao povo soberano a redefinição dos fundamentos políticos e sociais. A educação, os ritos da vida civil, a evolução da lei e da moralidade, etc., tornaram-se independente de qualquer dogma religioso.

A Terceira República em França (1870-1940) recriou, notavelmente, a organização do sistema escolar, instituindo educação pública, laica e obrigatória (leis de Jules Ferry). As leis de Jules Ferry, sobre laicismo na educação foram promulgadas em 1881.

Jules Ferry, nasceu em 1832, em Saint-Dié (Vosges), Lorraine, e faleceu em 1893, em Paris. Político francês, Ministro da Educação Pública e das Belas Artes, Presidente do Conselho de Ministros e Presidente do Senado. Foi maçom ativo desde 1875, da Loja Alsace-Lorraine, do GOdF. O Ir Ferry trabalhava no Rito Francês.

As leis de Jules Ferry são complementadas pela Lei de Goblet de 1886, sobre a organização da educação primária, cujo artigo 17 declara que o ensino em escolas públicas, de todos os tipos, é exclusivamente confiado a um pessoal laico. Este processo culminou em 1905 com a Lei da Separação de Igrejas e do Estado, que marcou o culminar de um claro laicismo.

René Goblet foi outro maçom defensor do laicismo, incluindo na Maçonaria. René Goblet nasceu em 1828, em Aire-sur-la-Lyz, departamento de Pas-de-Calais e faleceu em 1905, em Paris. Foi um jornalista e político francês. Foi advogado republicano e assim começou sua carreira. Foi subsecretário de Estado da Justiça. Foi Ministro do Interior, quando aprovou uma lei para que os prefeitos fossem eleitos. Foi Ministro da Instrução Pública, quando lutou pela laicidade do ensino público. Foi Presidente do Conselho de Ministros e Ministro do Interior, coroando sua carreira política como Presidente do Conselho. Depois foi Ministro das Relações Exteriores. Foi um ativo Mestre Maçom, membro da Loja "La Clémente Amitié" do Grande Oriente da França, que trabalhava no Rito Francês. 

É, portanto, a lei de 9 de dezembro de 1905 que codifica os princípios do laicismo em França. Confirma em seu artigo 1 (Título 1º, Princípios) a liberdade de consciência, já presente no artigo 10 da Declaração dos Direitos do Homem e do Cidadão de 1789, e o livre exercício dos cultos: "A República garante a liberdade de consciência. Garante o livre exercício dos cultos sob as únicas restrições promulgadas abaixo, no interesse da ordem pública".

A afirmação de França como uma “República laica”, separada das religiões é constitucionalizada pela Constituição de 1946, retomada pela Constituição de 1958:

artº 1º: “La France est une République indivisible, laïque, démocratique et sociale. Elle assure l'égalité devant la loi de tous les citoyens sans distinction d'origine, de race ou de religion. Elle respecte toutes les croyances. Son organisation est décentralisée”.  

Tradução: ("A França é uma República indivisível, laica, democrática e social. Garante a igualdade perante a lei de todos os cidadãos sem distinção de origem, de raça ou de religião. Respeita todas as crenças. Sua organização é descentralizada”)

O trabalho conjunto dos Irs\ Jules Ferry e René Goblet, convenceu as autoridades do GOdF a tornar o Rito Moderno um rito laico, copiando o que se fez em Bélgica em 1872. Ir\ Jules Ferry, respondeu em 1886, a pergunta título deste ensaio: “Le Rite Français est laïque, pas agnostique. Les concepts de laïque et d'agnostique s'excluent mutuellement” (Huguenot, 2014).

Tradução: (O Rito Francês é laico e não é agnóstico. Os conceitos de laico e agnóstico são mutuamente excludentes).

Isto é, se é laico não há nenhuma discussão sobre Deus ou religião. Se é agnóstico, discute-se que Deus é incognoscível ao entendimento humano.

“DOGMA”: Ponto fundamental e indiscutível de uma doutrina religiosa;

 “DOGMATISMO”: Doutrina que afirma a existência de verdades certas e que se podem provar;

“ADOGMATISMO”: Orientação filosófica que se opõe às doutrinas formalmente estabelecidas.

 Adogmático, “O Rito Moderno mantém-se tolerantemente imparcial, ou melhor, respeitosamente neutro, quanto à exigência para seus adeptos, da crença específica em um Deus revelado, ou Ente-Supremo, bem como da categórica aceitação existencial de uma vida futura; nunca por constante ateísmo materialístico, mas, unicamente, pelo respeito incondicional ao modo de pensar de cada Irmão, ou Postulante. Demonstra, apenas, a evolução das crenças, estimulando seus seguidores ao uso da Razão, para formar sua própria opinião.

Procura ensinar que a ideia de Deus resulta da consciência e que a exteriorização do seu culto não passa de um sentimento íntimo, que se pode traduzir de várias maneiras. Indica como dever aos maçons: o aperfeiçoamento pela análise de todas as ideias liberais, igualitárias e generosas; a elevação do espírito à concepção de uma incessante orientação progressista; e a plena conscientização do papel coletivo, que deve desempenhar na Terra, o Homem Permanente e Impessoal, de que a Ordem Maçônica é a personificação”.

 Como já vimos, em 1877, a Assembleia Geral do Grande Oriente de França decidiu suprimir o preceito até então proclamado como o princípio fundamental da Maçonaria: a crença em Deus e a imortalidade da alma.

Essa supressão, vitoriosa, obrigou o Grande Colégio dos Ritos a reformular os Rituais, o que só ocorreu em 1886, porque foram muitas as resistências a vencer. A supressão daquele princípio fundamental produziu o abandono da fórmula: “A Glória do Grande Arquiteto do Universo”, bem como à retirada da Bíblia do Altar dos Juramentos.

 A Constituição do Grande Oriente de França, após a reforma de 1877, estabelece em seu art. 1º., depois de definir os objetivos e princípios da Instituição: “A Franco-Maçonaria, considerando que as concepções metafísicas são do domínio exclusivo da apreciação individual de seus membros, recusa-se a qualquer afirmação dogmática”.

Em homenagem ao Grande Oriente de França, convém deixar bem claro os motivos por que ele operou essa reforma. Sua atitude não traduziu, como poderia parecer, reação ao Sillabus, o código de intolerância do Papa Pio IX, decretado em dezembro de 1864.

O Grande Oriente não passou da posição deísta para a posição ateia. Absolutamente.

Não se impunha ateísmo a ninguém. O voto nº. 9, em virtude do qual a Assembleia suprimiu aquela afirmação dogmática de crença em Deus e na imortalidade da alma, tem a sua genuína interpretação nos Boletins do Grande Oriente de França, dos anos de 1876 e 1877.

No Boletim de 1876, à pág. 373, se lê:


                               “Só a má fé pode assimilar a supressão, que se pretende, a uma negação da existência de Deus e da imortalidade da alma. Pleiteamos, sim, como bases exclusivas da Franco-Maçonaria a solidariedade humana e a liberdade de consciência, mas essas bases comportam a crença em Deus e em uma alma imortal, tanto quanto autorizam o materialismo, o positivismo ou qualquer outra doutrina filosófica”.

 Em matéria de fé, ela não afirma nem nega. Ela respeita de modo igual todas as convicções, doutrinas e crenças sinceras. “Assim, as portas de nossos Templos se abrem diante do protestante, como diante do católico, diante do muçulmano como diante do cristão, diante do ateu como diante do deísta, desde que sejam homens de bem”.

“Nenhum homem inteligente e honesto poderá dizer seriamente que o Grande Oriente de França quis banir de suas Lojas a crença em Deus e na imortalidade da alma, quando, ao contrário, em nome da liberdade absoluta de consciência, ele declara solenemente respeitar as convicções, as doutrinas e as crenças de seus membros.

Nós não afirmamos nem negamos nenhum dogma, para nos mantermos fiéis aos nossos princípios e à prática da solidariedade humana. Se convém aos Grandes Orientes estrangeiros nos caluniar, deturpando nossos pensamentos e desnaturando nossos sentimentos, que o façam: são livres”.

Em 1877, quando a Assembleia ainda debatia o assunto, proclamava-se (Boletim, pág. 243):


“Deixemos aos teólogos o cuidado de discutir os dogmas.” Deixemos às igrejas totalitárias o cuidado de formular os Sillabus. Mas que a Maçonaria se torne o que deve ser: uma instituição aberta ao progresso, a todas as ideias morais e elevadas, a todas as aspirações largas e liberais. Que ela não desça jamais à arena ardente das discussões teológicas, que não têm trazido senão dissensões e perseguições. Que ela se guarde de querer ser uma Igreja, um Concílio, um Sínodo! Porque todas as Igrejas, Concílios e Sínodos têm sido violentos e perseguidores, porque o dogma é, por sua natureza, inquisidor e intolerante.

Que a Maçonaria paire, pois, majestosamente, acima de todas as questões de igrejas ou de seitas; que ela sobreleve do alto, todas essas discussões; que ela se torne o vasto abrigo, sempre aberto a todos os espíritos generosos e bravos, a todos os perquiridores conscienciosos e desinteressados da verdade e a todas as vítimas, enfim, do despotismo e da intolerância.

A Moção que adotou o voto nº. 9, supressivo, consta, finalmente, à fl. 248 do Boletim de 1877:

“A Assembleia, considerando que a Franco-Maçonaria não é uma religião, não pode, por consequência, afirmar em suas Constituições doutrinas ou dogmas”.

O texto aprovado estabelecia: “A Franco-Maçonaria, instituição inteiramente filantrópica e progressista, tem por objetivo a procura da verdade, o estudo da moral universal, das ciências e das artes e o exercício da beneficência. Tem por princípios a liberdade absoluta de consciência e a solidariedade humana. Não exclui ninguém por suas crenças. Tem por divisa: Liberdade, Igualdade e Fraternidade”, (“Les Franc-Maçons”, de Serge Hutin, ed. 1960, pág. 109, coleção “Le Temps qui court”).

É curioso assinalar-se que a aprovação se deu após um discurso muito aplaudido do Ir Desmons, que não era livre pensador, mas um pastor protestante.

No Brasil, já na República, entre 1891-1901, o Grão-Mestre Antônio Joaquim de Macedo Soares, tendo como Secretário-geral Henrique Valadares, deu à Maçonaria grande influência francesa e, como diz Viegas em 1986: “julgando-se dentro do espírito da lei da separação entre a Igreja e o Estado, amoldou-se melhor o Rito Francês ao eliminar a Bíblia do Altar dos Juramentos e suprimir as referências ao Grande Arquiteto do Universo.”

A reforma constitucional de 1877 só alcançava a jurisprudência do Grande Oriente de França, mas o Grande Oriente do Brasil, onde se praticava o Rito Francês acompanhou aquela Potência.

A maçonaria é equidistante das religiões, não é uma seita religiosa, e os Irmãos que assim a tornam são, evidentemente, ou aqueles que procuram desvirtuá-la, ou aqueles que, insatisfeitos com suas religiões procuram na Maçonaria uma nova religião ou a compensação para as suas frustrações místicas.

E, é baseado na equidistância perante as religiões que o Rito Moderno não adota a existência da Bíblia no Triângulo de Compromissos (Altar de Juramentos para outros Ritos). Os defensores da colocação da Bíblia alegam que deve haver um "livro da lei revelada". A Bíblia só passou a ser adotada em algumas Lojas a partir de 1740, antes disso Anderson e os demais Maçons aceitavam a obrigação do "Livro da Lei", Lei Maçônica, Lei Moral.

Acrescente-se, ainda, que existem religiões, tais como a Umbanda, o Candomblé, a Pajelança e outras, com diversos adeptos entre nós que não possuem um livro da lei revelada, cuja tradição é oral. Perguntamos: que livro religioso se colocaria na presença de tais Irmãos?

Nosso "Livro da Lei" são os princípios da Sublime Ordem, quando muito as Constituições das Potências às quais pertença a Loja, onde constam tais princípios.

As Constituições de Anderson, em sua redação original, que deu origem à institucionalização da moderna Maçonaria foi muito usada pelo mundo afora, no entanto, merece consideração o que diz a respeito dessas Constituições o nosso irmão Kennyo Ismail:

“... Outro dia estava na instalação e posse de um Venerável Mestre em Oriente de outro Estado que não o que resido. Fui surpreendido com algumas passagens da cerimônia, em especial no compromisso assumido. Uma das perguntas feitas ao empossando solicitava o compromisso de seguir estritamente a Constituição de Anderson e a Constituição daquela Obediência. Tamanho é o fascínio dos maçons brasileiros pela Grande Loja Unida da Inglaterra que, até mesmo uma Obediência que não tem atualmente o reconhecimento da mesma, estava solicitando a um Venerável Mestre que seguisse uma Constituição que supostamente é de outra Obediência. Pode um irmão seguir duas constituições distintas? De duas Obediências distintas? Cada Obediência não é soberana? Será que não há nada em uma constituição que é incompatível com a outra? Quem escreveu essa cerimônia já leu alguma vez a Constituição de Anderson? Sabe o que ela diz? E o mais importante: sabe que a Constituição de Anderson não é mais utilizada pela Grande Loja Unida da Inglaterra há mais de 250 anos? Que não tem valor prático, apenas histórico?

Uma simples leitura da Constituição de Anderson deixa qualquer maçom sério envergonhado. Seu primeiro capítulo é dedicado a apresentar uma genealogia maçônica, indicando Adão como o primeiro maçom, com vários pontos fantasiosos, passando por Augusto César, tido como um Grão-Mestre, até chegar aos reis ingleses.

Então diz que a Rainha Elizabeth desestimulou a Maçonaria por ser mulher e, portanto, não podia ser maçom. Mas então o Rei James VI, sendo maçom, reanimou a Maçonaria.

E então a Maçonaria tem sido governada pelos reis e príncipes ingleses desde então. E essa história é então repetida de forma resumida na “Música do Mestre”.

Fica evidente que não foi à toa que Desaguliers escolheu James Anderson para escrevê-la: Anderson era conhecido por fazer bicos, criando genealogias míticas, para não dizer falsas, para famílias inglesas que desejavam um upgrade em seus históricos.

Sua constituição maçônica é considerada “uma mistura de compilação e fantasia, invenção e manipulação, clareza e ambiguidade e de fato de erro”.

Ainda, há alguns pontos da Constituição de Anderson que, dentre outros, podemos apontar como conflitantes com os regulamentos maçônicos brasileiros atuais, de modo geral:

1 - A exigência de que o candidato “descenda de pais honestos”;

2 - O Grão-Mestre escolhe e nomeia seu Grão-Mestre Adjunto;

3 - Nenhuma Loja jamais iniciará “qualquer homem abaixo de vinte e cinco anos de idade”;

4 - Nenhum homem pode ser iniciado “sem o consentimento unânime de todos os membros” da Loja.

Nesse sentido, como pode um maçom seguir a Constituição de Anderson e seguir a Constituição de sua Obediência sem desrespeitar uma ou outra? Acaba que, por elementos contraditórios, o compromisso assumido torna-se vazio, sem valor. Fruto duma desinformada veneração à GLUI, até mesmo por aqueles que não têm sido reconhecidos por ela...”

Fica a reflexão!

 Uso da Bíblia em Lojas do GOB - Grande Oriente do Brasil, praticantes do Rito Moderno.

Em 1969, houve a decisão final adotada pelo Mui Poderoso e Sublime Capítulo do Rito Moderno, hoje, SCRM - Supremo Conselho do Rito Moderno. (Vide Ritual do GOB de 2009, págs. 17 - 23 ou Boletim do Grande Oriente do Brasil nº. 8 - Ano 98 – Agosto/Setembro de 1969 - págs. 61- 63.

DECISÃO SOBRE O USO DA BÍBLIA

                          Vale do Lavradio, 15 de Setembro de 1969, E V

           Soberano Grão-Mestre, 

Levamos ao conhecimento do Pod Ir que o Muito Pod e Sub Grande Cap do Rito Moderno para o Brasil, em Sessão realizada aos oito dias do mês de setembro do ano de 5969 da V L, tomando conhecimento da comunicação verbal formulada pelo Grão Mestrado, ao propósito das preocupações da Potência Simbólica, no que tange à colocação do Livro da Lei (especificamente a Bíblia), como uma das alfaias das Lloj Simbólicas, houve por bem tomar a Resolução anexa a este.

Seja-nos lícito enfocar a posição desta Oficina, que jamais abdicou ou abdicará de suas prerrogativas, mas tão somente se permitiu examinar o aspecto material da questão, no pertinente às conveniências internacionais.

Ademais disso, esta Potência, centenária e regular, não poderia se furtar ao exame da matéria, porém, dentro do prisma em que foi equacionada, até porque, é de sua tipicidade apreciar e discutir problemas que interessem à Ordem dentro do campo amplo do filosofismo.

Esperando ter dado mais uma contribuição para o Simbolismo, sem quaisquer laivos de ingerência, aproveitamos o ensejo para enviarmos o Trip Abr Frat ao querido e Pod Ir

Atenciosas saudações, 

Henrique Cândido Camargo - Gr lnsp.

 

“Trata” a presente convocação, de Sessão especial para se tomar conhecimento da comunicação formulada pelo Grão-Mestre Geral da Ord (Potência Simbólica), através o comparecimento do Pod Ir CARLOS KEIDEL, passado para o Or Eterno, para nos dar conta das preocupações da Potência Simbólica, no que tange à colocação do Livro da Lei (especificamente a Bíblia), como uma das alfaias da Loj Simbólica.

Ciente da comunicação verbal, e examinando-a detidamente, esta Oficina Filosófica passou a deliberar:

CONSIDERANDO que é da competência da Potência Simbólica a administração dos Graus Simbólicos, na forma do art. 154 da Constituição do Gr Or do Brasil;

CONSIDERANDO que a Potência Simbólica exerce na mais completa independência essa administração, abrangendo toda a jurisdição nacional;

CONSIDERANDO que o simbolismo está prenhe de atos e fatos consignados no VELHO TESTAMENTO;

CONSIDERANDO, entretanto, que a história da maçonaria na sua parte exotérica é por vezes tumultuada pela ficção, decorrendo daí deturpação de seus conceitos;

 CONSIDERANDO, todavia, que a parte esotérica não admite sequer, ainda que remotamente, DOGMAS ou CISMAS dentro da instituição;

CONSIDERANDO que, no que tange à colocação da BÍBLIA no Altar dos Juramentos ou Altar dos Compromissos tem ocasionado sérias controvérsias, haja vista a interpelação formulada pela Gr Loj do Uruguai ao propósito da imposição inglesa;

CONSIDERANDO, ainda, que a Loja Mãe adota para seus trabalhos, não a Bíblia, em seu contexto integral, mas, apenas, o Pentateuco, isto é, os cinco primeiros livros do Velho Testamento, e que são Gênesis, Êxodo, Levítico, Números e Deuteronômio;

CONSIDERANDO, por outro lado, que, segundo "As Marcas ou Lei Tradicional", de Albert G Mackey, item XXI, o "Livro da Lei" não há de ser necessariamente a Bíblia, mas, sim, o volume que, segundo a religião do país, se crê que contenha a revelada vontade do Gr Arq do Universo;

CONSIDERANDO que, de acordo com o mesmo item, Mackey afirma que a maçonaria não há de se intrometer na consciência religiosa de seus membros, exceto no que corresponde a crença em DEUS e na imortalidade da alma que, logicamente, se derivam daquela;

CONSIDERANDO, por outro lado, que para ingresso na Ordem exige-se sem nenhum outro condicionamento que o profano seja homem livre e de bons costumes;

CONSIDERANDO, ainda, que a gênese das expressões "ateu estúpido" e "libertino irreligioso" consignadas no artigo primeiro dos ANTIGOS DEVERES, teve origem em fatos religiosos e políticos, decorrentes do escândalo provocado pelo duque PHILIP DE WARTON, presidente dos HELL FIRE CLUBS, e eleito Gr Mest da Gr Loj da Inglaterra, como se pode constatar in "La Charte inconnue de La franc-maçonnerie chrétienne" de Alec Mellor, págs. 32/37;

CONSIDERANDO, mais, que a Bíblia é um símbolo sagrado que, entretanto, a nenhum maçom se lhe exige a crença exclusiva em seus ensinamentos e que se pode substituí-la por outros livros igualmente sagrados;

CONSIDERANDO que o RITO MODERNO não é DEÍSTA, nem TEÍSTA, por não admitir dogmas, porém, não é antideísta nem antiteísta, não sendo obviamente POSITIVISTA e muito menos ATEU;

CONSIDERANDO que o RITO MODERNO não é necessariamente AGNÓSTICO, mas sua posição se situa dentro da PRUDENTE NEUTRALIDADE que deve viger, isto pela sua própria constituição, pois respeita a liberdade de consciência de todos os que para ele acorrem;

CONSIDERANDO, ainda, que o RITO MODERNO, pela sua indiscutível flexibilidade, é o que pode concentrar toda a gama estrutural concebida por ANDERSON, quando no artigo primeiro da sua Constituição, in-fine, assim se pronunciou:

"De sorte que a Maçonaria é o CENTRO DE UNIÃO e o meio de conciliar verdadeira FRATERNIDADE entre pessoa que teriam permanecido perpetuamente distanciadas".

Afirmação tanto mais oportuna quanto é certo que na atual conjuntura os conceitos hão de ser reformulados face ao dinamismo tecnológico do mundo moderno;

CONSIDERANDO que não se deve confundir sentimento religioso com religião, eis que esta se calca em dogmas e aquele nada mais é que um bem da inteligência humana;

CONSIDERANDO que é um grande erro assinalar-se abusivamente a natureza religiosa da Ordem, de confundir teologia com filosofia, dogma e pensamento de livre escolha;

CONSIDERANDO que à Oficina Chefe do Rito compete a fiscalização da observância da liturgia e da ritualística;

CONSIDERANDO que o Livro da Lei faz parte integrante das luzes da Loj ao lado do Esq e do Comp;

CONSIDERANDO, por derradeiro, que esta Oficina Filosófica cuida única e exclusivamente dos Graus Filosóficos:

R E S O L V E:

- AO TOMAR CONHECIMENTO DA COMUNICAÇÃO DO GRÃO-MESTRADO, ATRAVÉS A PALAVRA DO IL GR SEC DAS RELAÇÕES EXTERIORES, NOS TÊRMOS DA QUAL SOBRELEVAM-SE AS CONVENIÊNCIAS INTERNACIONAIS DO GR OR DO BRASIL,

E NÃO OBSTANTE OS CONSIDERANDOS ACIMA MENCIONADOS, DECLARAR A COMPETÊNCIA DA POT SIMB PARA ADOTAR A RESOLUÇÃO QUE HARMONIZE A DOUTRINA MAÇÔNICA COM O ESPÍRITO E A FORMA DE SEUS COMPROMISSOS EXTERNOS, NO TOCANTE A DEFINIÇÃO DA BÍBLIA COMO O LIVRO DA LEI PARA O BRASIL.

Templo dos Capítulos, aos 8 dias do mês de setembro do ano de 5969 da V L.

 

Henrique Cândido Camargo - Gr lnsp.

Samuel da Rocha Fonseca - Gr Secr.

Bem, meus QQII, a Maçonaria exige a crença em um "Princípio Criador, sobre o qual não desenvolve doutrina, deixando que cada obreiro o interprete segundo sua religião, sem apresentar suas concepções metafísicas pessoais ou detalhes sobre o além, como se fossem ensino maçônico (Eleutério). O importante é que, assim que iniciado, seja qual for o Rito por que passou pelo cerimonial de iniciação, busque conhecer, amiúde, as mais variadas vertentes ritualísticas maçônicas, para que tire as suas próprias conclusões e melhor desempenhe o seu conhecimento, no sentido de que complete o seu EU interior.

Dessa forma, encerramos o tema para essa ocasião, colocando-me a disposição, para junto dos irmãos, buscar novos horizontes, no sentido que se traga mais luzes que equacionem os entendimentos  dos dirigentes das Potências detentoras de poderes para tal, de forma a privilegiar a todos. 

Um grande T A F.

Cleber Tomás Vianna, MI;

Defensor Perpétuo do Rito Moderno;

Membro da Academia Maçônica de Letras e Artes da Bahia;

Delegado do Rito Moderno (SCRM)/BA-SE-PI;

Secretário interino de Orientação Ritualística;

Relações Exteriores da CMB – Corporação Maçônica da Bahia e

Secretário de Relações Exteriores do Supremo Conselho REAA de SP;

Membro da Academia Internacional Vª Ordem - UMURM

CRÉDITOS:

VIANNA, Cleber Tomás: Livro Rito Francês ou Moderno – Fundação, Usos e Costumes no Brasil, Edição por Demanda/2018;

Walter Celso de Lima: JB_NewsInformativo_nr_2245/224;

Walter Celso de Lima: RM Laico;

Victor Guerra, M M y Vª Orden - y 9º de las Ordenes de Sabiduría del Rito Francés y Moderno, Venerable Logia Investigación Los Modernos, Presidente del Círculo de Estudios de Rito Moderno y Frances Roëttiers de Montaleau; Site: www.ritofrances.net;

Joaquim Villalta, Vª Orden, Gr.·. 9, 33º, Director de la Academia Internacional de la Vª Orden - UMURM, Gran Orador del Sublime Consejo del Rito Moderno para el Ecuador, Miembro Honorario del Soberano Grande Capítulo de Cavaleiros Rosa-Cruz / Grande Capítulo Geral do Rito Moderno ou Francês de Portugal y del Grande Oriente Lusitano, Miembro de Honor del Gran Oriente Nacional Colombiano, Soberano Gran Inspector General y Miembro Honorario del Supremo Consiglio del 33º ed Ultimo Grado del R.S.A.A. per l’Italia e sue Dipendenze, Muy Poderoso Soberano Gran Comendador del Supremo Consejo del Grado 33º para España del Rito Antiguo y Aceptado (Rite de Cerneau / Thompson-Folger Supreme Council for The United States of America, their Territories and Dependencies); Blog: (https://racodelallum.blogspot.com.br/);

Boletins do GOB (diversas edições conforme mencionados no corpo do trabalho);

Ritual Aprendiz Rito Moderno/GOB-2009;

O GOB nasceu no Rito Moderno: blog.msmacom.com.br/o-gob-nasceu-rito-moderno;

A concepção do Grande Arquiteto no Universo no Rito Moderno – palestra ministrada pelo irmão Dr. Álvaro Palmeira, extraído do Boletim do GOB 3, 4 e 5 de 1986 [06/02/1961], publicado no site do irmão José Filardo: bibliot3ca.com/a-concepcao-do-grande-arquiteto-do-universo-no-rito-frances-ou-moderno/;

https://domtotal.com/noticia/1273499/2018/07/crenca-e-fe-relacoes-e-diferencas/

https://www.noesquadro.com.br/conceitos/constituicao-de-anderson-nos-dias-atuais/

https://opontodentrocirculo.com/2015/06/09/deismo/

Direitos reservados aos seus autores.

Incorporació de la Gran Lògia de Pirene a l’UMURM, Unió Maçònica Universal del Ritu Modern





Molt Estimat Germà Eliseu Argente, Gran Mestre de la Gran Lògia de Pirene:

Rebuda la vostra sol·licitud d’incorporació a l’UMURM, Unió Maçònica Universal del Ritu Modern, ens plau informar-vos que el seu Consell Executiu ho ha acceptat unànimement.

Així doncs, en data d’avui, la “Gran Lògia de Pirene” queda integrada al conjunt de Potències Maçòniques Internacionals de Ritu Modern o Francès que configuren l’UMURM, amb tots els drets inherents a la nostra organització.

Per tal d’actualitzar la pàgina web de l’UMURM, si és possible, us preguem que feu arribar el més aviat possible un logotip de la vostra Gran Lògia. En la web apareixerà també l’actual nom del vostre Gran Mestre, o sigui, el del R.·. G.·. Eliseu Argente.

Només ens resta expressar-vos de tot cor la nostra enhorabona i benvinguda més cordial, amb la certesa de que farem una magnífica tasca conjunta.

Rebeu la nostra més forta T.·. A.·. F.·.

Olga E. Vallejo Rueda, Presidenta UMURM
Milciades Osorio Díaz, Secretari General UMURM

Fet a Barcelona i a Cartagena de Indias, el 6 de desembre de 2020 E.·. V.·.

 

Conferencia de la M.·. Il.·. Hna.·. Olga Vallejo Rueda: "La Mujer y la Masonería"

Los Presidentes de las "A.·. R.·. L.·. de Le Droit Humain do Oriente de São Paulo", Ivanise Lo Turco, Priscila Martins, Mário Coutinho e Poulo Vicente, invitan a sus Hermanas y Hermanos para la conferencia que será dictada por la Hermana Olga Vallejo, Gran Maestra de la Gran Logia Mixta de los Andes Ecuatoriales, Suprema Comendadora del Sublime Consejo del Rito moderno para el Ecuador y Presidenta de la Unión Masónica Universal del Rito Moderno cuyo tema será "La Mujer y la Masonería".

13 de diciembre a las 14:00 por Zoom
 

Conferencia de la M.·. Il.·. Hna.·. Olga Vallejo Rueda: "¿Masonerías?"

M.·.R.·.G.·.M.·.Altas Autoridades
VV.·.MM.·.
QQ.·.HH.·. en vuestros Grados, Cargos y Calidades.

Or..·. de Buenos Aires 22 de Noviembre 2020 E.·.V.·:
La R.·.L.·. Bicentenario de Mayo Nro. 10 del Valle de Buenos Aires perteneciente al G.·.O.·.F.·.R.·.A.·. tiene el agrado de invitarlos a esta nueva Conferencia Masónica que se llevará a cabo el 5 de Diciembre.

Hora de comienzo a las 12:00 hrs. de Argentina

1) Solicitamos puntualidad y si se incorporasen más tarde, por favor hágalo con el micrófono apagado.
2) Las preguntas se harán por escrito en el Chat, al final de la exposición y los conductores la leerán, en lo posible por orden de temas, No se aceptarán preguntas o aclaraciones verbales. Solicitamos no interrumpir la exposición y mantener el micrófono apagado.
3) El acceso estará disponible desde las 11:45 horas de Argentina.
4) Los cupos son limitados.
5) El Link de la conferencia será comunicado a los inscriptos formalmente en esta dirección: https://bit.ly/35MSFNA
Sin más y a la espera de vuestra grata presencia los saludamos Fraternalmente.

Guillermo Gietz Matrero
M.·.V.·.M.· 

Otra mirada masónica sobre el nacimiento de la Masonería

El nacimiento de la masonería en el siglo XVIII, dejando atrás las teorías que nos remontan a extrañas épocas, es un complejo y poliédrico mundo que se sustenta en líneas generales sobre dos pivotes geográficos: Inglaterra y Francia, con presencias más tangenciales en el resto del continente europeo y americano.

Esta sociabilidad se conforma en base a dos grandes concepciones meta-religiosas diferentes: el orbe católico y el orbe protestante, con reacciones políticas no tan dispares en algunos aspectos, pero muy distantes en algunos momentos.

La vulgata histórica canónica que se ha ido construyendo a lo largo de estos decenios, digamos que es muy lineal, sin que se hayan hecho muchos distingos entre un mundo y otro, más allá de hablar de logias y masones, de jacobitas y protestantes, de estuardistas y hannoverianos sin más… y lo cierto es que nos hemos ido acostumbrando a esos relatos canónicos que por general damos por válidos.

Como estudioso del fenómeno masónico, siempre me han llamado la atención algunos paradigmas, y máxime desde el momento en que he entrado de lleno en el mundo masónico del siglo XVIII, el cual presenta tanto para estudiosos como para lectores una serie de aciertos, pero también un buen número de trampas que la mayoría de los escritores y ensayistas, por una u otra razón o bien reproducen u obvian, digamos que o bien por desconocimiento o por su complejidad…

Ya en su momento Philippe Langlet, y algún que otro ensayista más, nos advertían sobre los problemas que se daban en cuanto al tratamiento historiográfico por parte de diversos autores al hacer tabla rasa al hablar de los paradigmas masónicos fueran ingleses o franceses.

Versaba la advertencia sobre manera en lo referido a los temas de las traducciones de un idioma a otro, del inglés al francés, y viceversa, y las distintas significaciones, lo que Saussure llamó la semiótica del lenguaje.

Cuestión que está muy ausente en muchos trabajos en los que media la traducción, pero como en general solo leemos un texto no advertimos los problemas, solo si se hacen trabajos comparativos entre los textos traducidos, pues vemos que existen disyuntivas muy frecuentes e importante, siendo en ocasiones cuestiones abismales.

Y no es una cuestión digamos que léxica, sino más de concepto, y pongo dos ejemplos para que se me entienda lo que quiero decir, por ejemplo, hace pocos dias leía unas traducciones del inglés al francés, y de ahí al castellano, en las cuales se interpretado por ejemplo los pedestales ingleses por altares, o espíritu por alma.

Lo que deja entrever la gran problemática existente a la hora de explicar el mundo masónico anglosajón, ya no por su peculiar carácter, sino por las artimañas que nos depara su lenguaje y sus conceptos.

Una peculiar construcción que se observa al entrar en el mundo británico del siglo XVIII, cuando uno lleva tiempo estudiando sus textos empieza a ser consciente de los efectos que la Reforma protestante tuvo sobre tal sociedad británica.

Ahí me di cuenta de que tal cuestión, ni fue igual ni se concibió de igual forma en los territorios anglosajones que en el continente, por ejemplo, en Francia donde desde siempre ha imperado la visión cosmogónica católica, ante lo cual me preguntaba ¿Se puede hacer un correlato entre la concepción simbólica inglesa y la francesa? Tal y como se viene haciendo de una manera lineal.

Se puede seguir construyendo una historia masónica sin tener en cuenta que los temas religiosos han influido de una manera profunda en el seno mismo de la sociedad británica y por ende también masónica, sabiendo pero no analizando por ejemplo sus documentos base, por ejemplo, tenemos Old Charges los cuales han ido mutando del catolicismo al anglicanismo y posteriormente al calvinismo, lo que ha supuesto cambios importantes y mutaciones que si no se conocen los intríngulis religiosos que se dieron en esa época en el territorio británico, a veces son cuestiones difíciles de entender, y es más puedo decir que en muchas ocasiones se nos escapan muchas explicaciones.

Es verdad que solemos poner etiquetas para simplificar nuestras percepciones, y así vemos adjetivos calificativos como calvinistas, luteranos, católicos, sin entrar en más disquisiciones, sin saber, por ejemplo, sí el Templo de Salomón, por exponer una cuestión determinada ¿Es lo mismo para un masón protestante británico cuya iglesia y cuya concepción religiosa es producto de una profunda Reforma, que ha modificado su sociedad y pensamiento?

Cuyas extensiones han entrado hasta la médula misma de la masonería, ¿Es lo mismo algunas de estas consideraciones para un masón del Continente, católico, o imbuido en una cultura catolizante, cuando además se estan utilizando bases bíblicas relativamente diferentes?

Esta especie de intuición sobre dicho conflicto, lo he visto generalmente circunscrito que a los temas de las traducciones…, y ha sido todo un descubrimiento leer estos dias un sorprendente libro titulado Le Tuilage Maçonnique de Michel Balmont, profesor de Letras y de Cine, que trabajó bajo la tutoría doctoral de Jacques Brengues, y cuya tesis versó sobre la Semiótica de la Palabra de Paso Masónica. Un ejemplo: los rituales maçonniques français entre 1725 et 1830, la cual se presentó en la Universidad de Rennes-2 en 1992.

Versando el trabajo de Balmont, sobre el método de comunicación y desarrollo acerca de una teoría del cambio simbólico (espacio, tiempo y lenguaje) y que ya en 1984 había esbozado el doctorando Jean-Pierre Lassalle con el tema de La formación y evolución del vocabulario de la francmasonería en Francia el siglo XVIII.

Pero será Balmont, el que ponga el dedo sobre la llaga al indicar ante el análisis de un catecismo de Aprendiz:

· ¿Qué viene hacer usted aquí? Pregunta el Venerable

· Responde el Aprendiz: Superar mis pasiones, presentar mis voluntades y hacer nuevos progresos en la masonería.

A este respecto Balmont, nos indica que tanto «los temas centrales de la pasión y la voluntad, nos reenvían a la filosofía de la edad clásica, pero las diferencias filosóficas de un lado al otro de la Mancha, cada sistema filosófico les ha dado, significados y conceptos bien diferenciados».

De este modo nos va relatando Balmont, como por ejemplo Hobbes y Locke se enfrentan ante dos concepciones y cual diferente pueden ser la cuestión dada o tratada en uno un en otro lugar.

Y nos presenta esta reflexión «¿Si las palabras pronunciadas por los masones ingleses y los masones franceses son las mismas, no se refieren, en esencia, a las mismas realidades filosóficas, a los mismos conceptos, ideas y sistemas? La letra del ritual francés es de origen inglés, no su espíritu y su significación».

Esto nos coloca en una gran tesitura, ya que cabe preguntarse, por poner un ejemplo ¿Si la sacralización que se va perfilando en el seno de la masonería francesa del siglo XVIII es de origen inglés, o bien es una reelaboración de los traductores o de los introductores de los rituales ingleses en el Continente?

O incluso es una reelaboración estructurada en el Continente, y esto es algo que hemos entrevisto en lo relativo a la articulación del gabinete de reflexión masónico, el cual en los ámbitos masónicos ingleses se refieren a este como unas dependencias oscuras o en semi penumbra, las cuales funcionaban en base modelos de estancia para una reflexión serena sobre el paso que el profano y candidato iba a realizar.

Por el contrario, en el Continente se va observando que dichas dependencias o habitaciones se va convirtiendo en un habitáculo muy específico, en el cual se van introduciendo determinados símbolos, y se van articulando toda una para frasis léxica y gestual, con la intención de dotal al espacio, que va quedando reducido a un cubículo, a modo de un seudo-enterramiento que busca una cierta caracterización simbólica y sacral, para de este modo lograr una especie de prueba para conformar el nuevo concepto que se dará a lo largo del siglo XVII sobre todo en Francia con relación a la iniciación, dejando atrás la anglófila forma de pertenecer al fraternidad masónica de la aceptación.

Si tenemos en cuenta la gran hecatombe que supuso la llegada de la Reforma a las islas británicas, que cambió de arriba abajo toda la sociedad civil, y religiosa, que creó nuevos paradigmas de comportamiento, de explicación, y porque no de negación de algunas cuestiones en base a las Reformas puritanas, como se explican de forma lineal algunas singularidades rituales y como se transfieren de una orilla a otra del Canal de la Mancha.

Me queda claro que algunos paradigmas como el Templo de Salomón no es lo mismo o no debe ser lo mismo en significado y significancia para un masón protestante calvinista que para otro masón del continente, su relación con el mundo religioso es distinto, incluso la figura del GADU, que el mundo anglosajón no parece ser una esencial piedra de choque en el Continente, no solo lo es, sino que además es un muro de separación, porque las concepciones son distintas.

Tengo claro que esto que expongo es difícil de explicar, y que son tanteos, pero tal vez tengamos que revisar algunos planteamientos, y tengamos que analizar algunas temáticas vertidas, incluso algunas partes de la ritualidad desde esa contingencia religiosa, verlas y analizarlas sabiendo lo que es y ha significado el mundo de la Reforma, pero incluso lo que han significado de cambio ritual estar en un proceso anglicano o calvinista.

Desde luego es una línea a explorar, la cual nos puede ayudar a explicar los dos mundos rituales, tan diferentes como es el británico y el continental, con axiomas y paradigmas a veces tan desiguales.

He dicho.

Victor Guerra
Vº Orden, Gr.·. 9 y último del Rito Moderno o Francés
Miembro Honorario del Soberano Gran Capítulo de Caballeros Rosacruz de Portugal
Miembro Honorario de la R.·. L.·. “Estrela do Norte – Grande Oriente Lusitano
Presidente del Círculo de estudios del Rito Moderno y Francés Roëttiers de Montaleau
Miembro de la Academia Internacional del la Vª Orden del Rito Moderno - UMURM
V.·. M.·. Ad Vitam de la Logia de Ivestigación “Los Modernos”

 

 

 

 

 

Franc-Maçonnerie et religion

Retracer les relations entre Franc-Maçonnerie et religion signifie en très grande partie présenter les rapports conflictuels qui, depuis la naissance de la Franc-Maçonnerie spéculative au XVIIIe siècle, avec la fondation de la Grande Loge de Londres, ont marqué la relation de la Franc-Maçonnerie avec les Eglises chrétiennes, l’Eglise catholique en premier lieu, mais aussi l’Eglise orthodoxe, certaines Eglises protestantes et, plus récemment, même l’Eglise anglicane. On ne traitera ici que des rapports entre Franc-Maçonnerie et Eglises catholique et anglicane, qui historiquement sont les plus importants.

La Franc-Maçonnerie opérative du Moyen Age était imprégnée de catholicisme et restait sous le contrôle de l’Eglise, la fête de Saint-Jean voyait les maçons assister ensemble à la messe du patron de leur corporation et les religieux de tous ordres étaient très présents parmi eux. Jusqu’au début du XVIIIe siècle, même sur le continent, même en France, plusieurs ecclésiastiques, des évêques même, étaient membres éminents de Loges maçonniques sans que cela ne leur pose aucun problème.

Avec la fondation de la Grande Loge de Londres la donne a changé et la Franc-Maçonnerie est devenue, ou elle a été perçue comme si elle était, un agent de l’anglicanisme. Grands voyageurs, les Anglais ont ouvert des Loges partout où ils allaient, même à Rome, ville dont le pape était à l’époque le souverain temporel, en même temps qu’il était le chef spirituel de l’Eglise catholique.

Cette situation nouvelle ne pouvait pas le laisser indifférent. Ainsi le 28 avril 1738 le pape Clément XII fulmine contre la Franc-Maçonnerie la Bulle In Eminenti apostolatus specula, condamnant à l’excommunication majeure les catholiques qui adhèrent ou favorisent la Franc-Maçonnerie.

Les raisons de cette condamnation étaient les suivantes :

les Francs-Maçons sont « fortement suspects d’hérésie », en raison du secret maçonnique et du serment qu’ils prêtent sur la Bible car, je cite « si les Francs-Maçons ne faisaient pas le mal, ils n’auraient pas cette haine de la lumière ». A ce motif principal, la Bulle In Eminenti en ajoute un autre ainsi rédigé : « et pour d’autres motifs justes et raisonnables de Nous connus ». La formulation très peu explicite de ce second motif a donné lieu a plusieurs spéculations, il semblerait aujourd’hui –sur la base de recherches faites dans les archives du Vatican- qu’il s’agisse là d’un critère civil, toute association non officiellement autorisée étant considérée, selon le droit canon de l’époque, comme subversive pour l’Etat. Il y aurait donc une double raison à cette première condamnation de la Franc-Maçonnerie par l’Eglise catholique, premièrement religieuse, secondairement civile.

Cette condamnation de la Franc-Maçonnerie fut renouvelée, avec les mêmes raisons, par le pape Bénoît XIV en 1751.
L’application de ces condamnations a varié selon les Etats et leur religion. La première Bulle fut appliquée immédiatement, bien entendu, dans les Etat de l’Eglise, mais aussi à Venise, en Sardaigne, en Pologne, en Espagne et au Portugal, tous des pays catholiques. En France, pays catholique mais toujours très soucieux de préserver les droits de l’Etat face à l’Eglise, aucune des Bulles du XVIIIe siècle ne fut appliquée, car elles ne furent pas enregistrées par le Parlement de Paris, ce qui était nécessaire et indispensable pour qu’elles puissent être exécutées, en vertu du principe qu’une loi non promulguée n’est pas contraignante, or une loi non enregistrée par le Parlement de Paris était considérée comme non promulguée.

Ce n’est qu’après la révolution française, à la suite du concordat de 1801 entre l’Empire napoléonien et l’Eglise catholique que les Bulles pontificales devinrent automatiquement applicables aux catholiques en France, sans besoin d’être enregistrées au préalable par le pouvoir civil français.

Par ailleurs, la condamnation de la Franc-Maçonnerie par l’Eglise catholique fut confirmée en 1865 par le pape Pie IX et en 1884 le pape Léon XIII étoffa l’argumentaire théologique de ses prédécesseurs, en condamnant la tolérance dont la Franc-Maçonnerie faisait preuve en admettant dans ses Loges des principes et des personnes contraires aux dogmes de la foi catholique :

« Pour eux (les Francs-Maçons), en dehors de ce que peut comprendre la raison humaine, il n’y a ni dogme religieux ni vérité […] De plus, en ouvrant leurs rangs à des adeptes qui viennent à eux des religions les plus diverses, ils deviennent plus capables d’accréditer la grande erreur des temps présents, laquelle consiste à réléguer au rang des choses indifférentes le souci de la religion et à mettre sur le pied de l’égalité toutes les formes religieuses, alors que la religion catholique est la seule véritable. »

On ne pouvait pas être plus clair.

Cela étant bien entendu valable là ou le catholicisme était la religion d’Etat, ou dominante.

En Angleterre, mettant fin aux luttes qui avaient opposé les Grandes Loges dites des Anciens et des Modernes, la Grande Loge Unie d’Angleterre venait de se constituer en 1813. Le duc de Sussex en était le Grand Maître, le prince de Galles (le futur roi Edouard VII) allait le devenir à son tour en 1875. La Franc-Maçonnerie allait ainsi devenir une institution d’Etat, au même titre que l’Eglise anglicane, dont le primat, l’archevêque de Canterbury, nommé par le roi, serait un jour aussi un frère.

Cette différence importante entre les îles britanniques et le continent européen explique l’évolution très différente de la Franc-Maçonnerie des deux côtés de la Manche, vers un anticléricalisme de plus en plus marqué, un agnosticisme et même un athéisme affiché sur le Continent, en opposition aux excommunications successives de l’Eglise catholique ; vers un conservatisme politique et religieux en Angleterre, en symbiose avec les autorités civiles et religieuses de l’« establishment », dont la Franc-Maçonnerie était devenue un des piliers les plus solides.

Après la première guerre mondiale, le nouveau code de droit canon promulgué en 1917 par le pape Bénoît XV avait un peu nuancé la position de rejet de la Franc-Maçonnerie par l’Eglise catholique, son article 2335 n’interdisant plus aux fidèles sous peine d’excommunication que l’adhésion « à une secte maçonnique ou autre se livrant à des machinations contre l’Eglise ou les pouvoirs civiles légitimes. » On pouvait en déduire, et d’aucuns l’ont fait, qu’on avait le droit d’adhérer à des Loges ne cospirant pas contre l’Eglise ou l’Etat, mais cette interprétation était –me semble-t-il– tirée par les cheveux. En réalité, meme si la formulation avait quelque peu changé, le fonds restait le même et pour l’Eglise toute « secte maçonnique » (il faut souligner l’emploi du mot préjoratif « secte » pour désigner la Franc-Maçonnerie, courant en Italie dans les milieux catholiques intégristes) restait opposée à l’Eglise et donc sujette à l’excommunication.

En Angleterre, encore en 1935, appartenaient à la Grande Loge Unie d’Angleterre les trois fils du roi : le prince de Galles, qui était Grand Maître Provincial du Surrey, le duc de York, Grand Maître Provincial du Middlesex et le duc de Kent, Premier Grand Surveillant. En étaient aussi membres le gendre du roi le comte de Harwood, Grand Maître Provincial du West Yorkshire, son oncle le duc de Connaught, Grand Maître de la Grande Loge Unie d’Angleterre, et son fils le prince Arthur, Grand Maître Provincial du Berkshire. Il y avait aussi de nombreux Franc-Maçons parmi le clergé de l’Eglise anglicane. [1]

Cette différence entre l’Angleterre et les pays du continent européen allait continuer de marquer l’évolution de la Franc-Maçonnerie des deux côtés de la Manche pendant les années suivantes et jusqu’à aujourd’hui.

Avec le Concile Vatican II il a semblé se faire une ouverture de la part de l’Eglise catholique vers ces Franc-Maçons « qui croient en Dieu », ce qui paradoxalement signifie ceux qui appartiennent à la Grande Loge Unie d’Angleterre, donc des anglicans dans leur écrasante majorité, tous les autres restant toujours sujets à l’excommunication majeure.

En 1983 le pape Jean-Paul II publiait un nouveau code de droit canon, qui ne cite plus explicitement la Franc-Maçonnerie. Il semblait donc que celle-ci tombait dès lors sous le droit commun des associations, qui prévoit d’après l’article 1374 qu’« est puni d’une juste peine celui qui adhère à une association conspirant contre l’Eglise. »

Un certain nombre de Frères éminents du Continent (appartenant pour leur grande majorité à la Grande Loge Nationale Française) en ont immédiatement déduit que l’Eglise permettait à des catholiques l’appartenance à des Loges relevant de Grandes Loges dites régulières, reconnues donc par la Grande Loge Unie d’Angleterre, dont la leur.

Mais le 26 novembre 1983 la Congrégation romaine de la doctrine de la foi (ex Saint-Office) publiait une note explicative, approuvée par le pape, disant explicitement que :

« Le jugement négatif de l’Eglise vis-à-vis de la Maçonnerie reste le même, puisque les principes de celle-ci ont toujours été jugés inconciliables avec les doctrines de l’Eglise. Les fidèles qui en font partie sont en état de péché grave et ne peuvent pas recevoir l’eucharistie. […] Les autorités ecclésiastiques locales n’ont pas compétence pour se prononcer sur la nature des associations maçonniques par un jugement qui impliquerait une dérogation à cette déclaration. »

Encore une fois, on ne pouvait pas être plus clair et la dernière phrase citée coupait l’herbe sous les pieds à ces évêques allemands qui auraient voulu reconnaître comme compatible avec l’appartenance à l’Eglise catholique la fréquentation de Loges dites régulières et demandant explicitement à leurs membres la croyance en un GADL’U conçu comme un Dieu créateur et personnel.

Afin de clarifier sa position, dans une déclaration publique datant de 1985, la Grande Loge Unie d’Angleterre a publié ce qui suit au sujet des rapports entre Franc-Maçonnerie et religion :

1) La Franc-Maçonnerie n’est pas une religion, ni le substitut d’une religion. Elle demande à ses membres la croyance pleine et sincère en l’existence d’un Etre Suprême, mais ne fournit aucune doctrine de foi qui lui soit propre.

2) La Franc-Maçonnerie est ouverte aux hommes appartenant à toutes les confessions religieuses. Pendant les réunions toute discussion de caractère théologique est interdite.

3) Il n’y a pas un dieu maçonnique : le dieu d’un Franc-Maçon est celui de la religion qu’il professe.

4) Les Franc-Maçons se réunissent dans le respect commun de l’Etre Suprême, qui reste suprême dans leurs confessions religieuses respectives.

5) La Franc-Maçonnerie n’essaie en aucune façon de fondre ensemble les religions existantes. Il n’y a donc aucun dieu maçonnique composite.

6) La Franc-Maçonnerie n’a aucun des éléments fondamentaux d’une religion, et notamment :

a) elle n’a aucune doctrine théologique et, en interdisant toute discussion religieuse pendant ses réunions, elle ne permet pas la naissance d’une doctrine théologique maçonnique.

b) elle n’offre aucun sacrement ni n’exerce aucun culte.

c) elle ne prétend pas conduire au salut par des œuvres ou des connaissances secrètes, ou par n’importe quel autre moyen. Les éléments réservés de la Franc-Maçonnerie concernent les signes de reconnaissance ainsi que les règles de l’art de la construction, transférés sur un plan symbolique, métaphorique et moral, et donc n’ayant aucun rapport avec le salut et l’eschatologie.

7) La Franc-Maçonnerie soutient la religion et ne lui est pas indifférente. Elle demande à tous ses membres de suivre chacun sa propre foi et de mettre ses devoirs envers dieu (quel que soit le nom par lequel il l’appelle) au-dessus de tous les autres. Les enseignements moraux de la Franc-Maçonnerie peuvent être acceptés par toutes les religions, elle soutient donc la religion.

Il est clair d’après ces lignes que, même si les Francs-Maçons anglais prétendent que la Franc-Maçonnerie « soutient la religion », elle ne peut pas être jugée comme compatible avec le catholicisme par l’Eglise, qui par la voix de l’Osservatore Romano du 23 février 1985 publiait le commentaire suivant :

« Il n’est pas possible pour un catholique de vivre sa relation avec Dieu en la partageant en deux modalités : l’une humanitaire, qui serait supraconfessionnelle et une, personnelle et intérieure, qui serait chrétienne. […] Le climat de secret, qui règne dans les loges, comporte en outre le risque pour les inscrits de devenir les instruments d’une stratégie qu’ils ignorent. »

Les deux arguments de la Bulle In Eminenti de 1738 sont donc toujours valables : le secret et l’hérésie, présentée sous la forme plus moderne de la supraconfessionalité, inadmissible pour une Eglise qui prétend être la seule détentrice de l’unique Vérité.

Paradoxalement, au moment même où les Francs-Maçons anglais prétendent que la Franc-Maçonnerie « soutient la religion et ne lui est pas indifférente », l’Eglise anglicane a rejoint les rangs de l’Eglise catholique et l’archevêque de Canterbury, le Dr. Rowan Williams, s’est ouvertement opposé à la Franc-Maçonnerie.

Dans deux articles publiés par le journal Independent du vendredi 15 novembre 2002, le nouvel archevêque a donné son opinion sur la Franc-Maçonnerie : il a soutenu qu’elle pourrait avoir une base satanique et il s’est dit opposé à la promotion à des postes de responsabilité dans l’Eglise anglicane de tout ecclésiastique qui serait en même temps Francs-Maçons.

Dans une interview radiophonique donnée le même jour, le Grand Secrétaire de la Grande Loge Unie d’Angleterre a fait remarquer qu’il était regrettable que le nouvel archevêque ait fait ces déclarations infondées sans avoir essayé d’en discuter au préalable avec les autorités de la Grande Loge, il a rappelé ensuite que la Franc-Maçonnerie n’est pas une société secrète, ainsi qu’il a été reconnu par un jugement de la Cour européenne des Droits de l’Homme du mois de juillet 2001, il a souligné qu’il est complètement contraire à la vérité de prétendre que la Franc-Maçonnerie pourrait avoir une base satanique et que la publication dans un journal de cette affirmation infondée pourrait causer une grande détresse à plusieurs anglicans qui sont Francs-Maçons et pour leurs familles, il a pour finir fait remarquer que l’intention de l’archevêque de vouloir discriminer les ecclésiastiques qui appartiennent en même temps à la Franc-Maçonnerie est contraire aux Droits de l’Homme et à la loi, et donc illégale.

Il est intéressant de remarquer que l’Eglise anglicane vient d’admettre récemment les femmes à la prêtrise et que son archevêque a officiellement déclaré qu’il est favorable à l’ordination de personnes se déclarant ouvertement homosexuelles, il n’y a apparamment donc plus que les Francs-Maçons qui lui posent problème.
On voit que même en Angleterre, sa patrie d’origine, la compatibilité entre la Franc-Maçonnerie spéculative et la religion chrétienne est aujourd’hui remise en cause.

Fabrizio Frigerio Ve Ordre, Grade 9
Suprême Commandeur du Sublime Conseil du Grand Chapitre Général Mixte de Belgique,
Membre honoraire du Grand Chapitre des Chevaliers Rose-Croix du Portugal,
Membre de l’Académie Internationale du Ve Ordre - UMURM.

[1] L’Eglise anglicane n’a commencé à mettre en discussion l’appartenance de son clergé à la Franc-Maçonnerie qu’en 1952, cf. Neville B. Cryer, « La Franc-Maçonnerie anglaise », in : Maçonnerie, maçonneries, éd. par Jacques Marx, Bruxelles, 1990, p. 101-123.

La M.·. Il.·. Hna.·. Olga Vallejo nueva Directora Académica del Gran Oriente Nacional Colombiano

La M.·. Il.·. Hna.·. Olga Vallejo , Vª Orden, 33°, actual Suprema Comendadora del Sublime Consejo del Rito Moderno para El Ecuador y Presidenta de la Unión Masónica Universal del Rito Moderno, ha sido nombrada Directora Académica del Centro de Estudios Históricos y Masónicos del Gran Oriente Nacional Colombiano.

Estamos plenamente convencidos de que ejercerá de manera justa y perfecta esta alta responsabilidad que conlleva dicho cargo, atendiendo a su amplia experiencia y dilatada labor masónica desde su bagaje en cargos directivos y labores de proyección pedagógica, académicas y de gestión, realizadas de forma brillante y ejemplar.

Con este nombramiento la Francmasonería colombiana y sudamericana refuerza su presencia institucional a nivel académico internacional donde la I.·. P.·. Hna.·. Olga Vallejo es un referente en el panorama masónico y eslabón de enlace con las masonerías de diversos orientes.


 

La Caverne


L’Alliance des Souverains Chapitres de Rite Français, regroupant 6
Chapitres porteur de cette Tradition, vient compléter le cheminement de
ses membres après leur cursus au sein de l’Alliance des Loges
Souveraines.

Avec la présence du Sublime Conseil du 5ème Ordre, Provence Fidélité
c’est la totalité des 9 grades du Rite qui sont mis en oeuvre dans ses
différentes structures.
Notre Alliance veut être un organe fédérateur et facilitateurd’échanges et 
de relations entre ses membres ; elle est également, à travers son Chapitre 
itinérant l’Arche d’Alliance, un développeur de la pratique des Ordres du
Rite Français de Tradition.
C’est tout naturellement qu’elle a désiré élargir ses échanges en se
tournant vers l’Union Maçonnique Universelle du Rite Moderne, dans une
correspondance d’objectifs et avec une volonté de fortifier ses relations
fraternelles.

Nous vous proposons la planche d’une de nos soeurs, présentée au 1er
Ordre dans son Chapitre, sur un des thèmes premiers, dont l’importance
n’aura échappé à personne.

Jean-Pierre Duhal 
Président de l’ASCRF 
Membre de l’Académie Internationale du Ve Ordre 
de l’Union Maçonnique Universelle du Rite Moderne 


LA CAVERNE 

Impossible de parler de la caverne, sans faire un détour par quelques unes
célèbres parmi d’autres, car elle figure dans les mythes d'origine, de
renaissance et d'initiation de nombreux peuples.
*A tout seigneur tout honneur, la grotte de la nativité. Citée dans certains
écrits bibliques, elle se situe dans les collines
de Bethléem où Jésus serait né, d’après un témoignage de Saint Justin le
Martyr, apologète et philosophe au 1er siècle. Jésus, par sa naissance apporte à
toute l’humanité le processus de sa régénération, la conduisant à son salut.
« Je suis le chemin, la vérité et la vie, nul ne va au père que par moi ».
(Evangile selon Saint Jean, XIV-6 ). D’où le symbolisme fort de la caverne,
dans laquelle commence toute initiation.

*La caverne des 7 dormants d’Ephèse, persécutés en tant que chrétiens
par l’empereur romain Dèce qui les fait emmurer vers l’an 250 alors qu’ils
étaient endormis de façon mystérieuse, et qui se sont réveillés vers l’an 418
au hasard de la découverte de la grotte par un maçon, sous le règne de 
l’empereur Théodose II, qui voit là une preuve de la possible résurrection
des morts.

*La caverne de Hîra au nord ouest de la Mecque, où selon la tradition
musulmane, Mahomet aurait reçu les premières révélations de Dieu. Elle
symbolise alors un lieu de rencontre avec le Divin, le sacré, le surnaturel.

*La caverne d’Ali Baba qui symbolise alors un lieu secret rempli de
richesses.

* La caverne de Trophonios en Béotie Trophonios et son frère Agamède
étaient d'habiles architectes, qui construisirent le temple d'Apollon à
Delphes. Ils construisirent aussi un bâtiment pour Hyrieus, roi d’Hyria en
Béotie, afin renfermer son trésor.
Mais les 2 frères se réservèrent un moyen secret d'y entrer et périrent tous
les deux, en voulant dérober les richesses d'Hyrieus. Cette caverne fut le
siège d'un oracle fameux que l'on consultait au milieu d'un appareil
effrayant. Ceux qui avaient consulté l'oracle de Trophonios en
remportaient un fond de tristesse que rien ne pouvait vaincre, et qu'ils
conservaient le reste de leur vie.

* Incontournable, la caverne de Platon. Pour lui, elle est l’image de notre
monde, un lieu d’ignorance, de souffrance et de punition, où les âmes
humaines sont enfermées et enchaînées par les dieux. La lumière indirecte
qui éclaire ses parois, indique la route que l’âme doit suivre pour trouver
le chemin de la sagesse et de la justice. Toujours pour Platon, la caverne,
cavité sombre aux limites invisibles, est un symbole de l’inconscient et de
ses dangers souvent inattendus. Car le passé inscrit au fond de chaque
être, ne disparaît pas. Même reniées, les réalités du passé continuent de
tourmenter l’être qui se réfugie au fond de la caverne, c'est- à-dire
l’inconscient. L’âme doit sortir de la caverne pour contempler le vrai
monde des réalités.

*Dans la mythologie grecque, la quête d’Orphée à la recherche
d’Eurydice, et sa descente aux enfers, s’apparente aux épreuves
initiatiques maçonniques liées aux 4 éléments. Il pénètre dans une caverne
au nord de Thrace, c’est l’épreuve de la terre, puis chemine dans une
galerie pleine de courants d’air, c’est l’épreuve de l’air, il arrive au bord du
Styx qu’il devra traverser, et c’est l’épreuve de l’eau, et enfin, il doit
amadouer Cerbère pour arriver jusqu’à Hadès dieu des enfers et
Perséphone son épouse, et c’est l’épreuve du feu.
Notons la présence du chien Cerbère, en analogie avec celui de
l’inconnu. Quelque soit la légende dans laquelle elle est citée, la caverne se
situe dans les entrailles de la terre, la « matéria prima », symbole universel
de la matrice maternelle.
C’est là où se trouve la « pierre cachée » des alchimistes, le fameux
V.I.T.R.I.O.L. Au grade d’élu secret, en franc maçonnerie, que représente
cette caverne? L’entrée des enfers, l’inconscient, ou le seuil de l’initiation,
comme l’a été le cabinet de réflexions lors de notre entrée dans l’Ordre? Pourquoi
et pour quelle raison suis-je dans cette caverne ?
La raison première est la suite de la mort d’Hiram, et de la recherche
d’Abibala, assassin présumé d’Hiram ! Un tirage au sort m’a désigné, moi
Joaben, pour me trouver à la tète de huit frères pour partir à la recherche
des trois scélérats, instigateurs du crime, trois compagnons dont le chef a
pour nom Abibala, qui se traduit par meurtrier du père, et qui est leur
ainé. Après concertation avec le Roi Salomon, les neuf Elus dont je fais
partie, après avoir prêté serment de venger la mort d’Hiram, et après une
longue marche en pays inconnu, nous rendons prés de Jappa, dans une
carrière au bord de mer, dénommée Ben-Acarr.
Deux hommes, pris de peur en voyant notre groupe, se jettent dans une
fondrière ou ils meurent ! Ce sont 2 des 3 Compagnons assassins
d’Hiram. Un chien rode, c’est celui de l’inconnu qui a révélé à Salomon la
cachette des assassins.
Il n’est pas là par hasard.
« Ce qui est hasard à l’égard des hommes, est dessein à l’égard de Dieu ».
Bossuet. « Hasard est le nom que Dieu prend quand il ne veut pas qu’on le
reconnaisse ». Albert Einstein
Le chien est le symbole de l’intuition, et rappelle que le moindre indice
sert souvent à déceler le coupable. Il peut représenter la volonté divine
que « le crime ne reste pas impuni », en me guidant vers la cachette
d’Abibala, sans pour autant représenter une vengeance aveugle et
personnelle.
Dans son rôle de gardien inflexible, le chien peut représenter la
conscience d’Abibala, meurtrier d’Hiram, horrifié par son crime, ne
voyant son salut que dans la mort, et faisant de lui l’outil de son
châtiment. Le chien de l’inconnu, c’est la force qui me pousse, moi,
Joaben vers la caverne, qu’elle vienne de l’au-delà ou de la conscience
d’Abibala, cette force qui me permettra de retrouver l’assassin. Ce chien,
donc, me conduit à l’entrée d’une caverne, et malgré l’étroitesse, la pente
rude, et un escalier de neuf marches taillé dans le roc, je parviens à me
glisser à l’intérieur. Une lampe s’y trouve et éclaire les lieux. Sa présence
est très importante, impossible de parler de la caverne sans parler de la
lampe. Un troisième homme s’est réfugié dans la caverne, c’est «Abibala».
Lorsqu’il me voit apparaître, moi, le bon maçon, il prend conscience de
l’horreur de son crime, et ne peut étouffer le sentiment de culpabilité, pris
de panique, il se tue par un coup de poignard dans le coeur! La caverne a
permis aux Maîtres Elus de ne pas accomplir de vengeance, car les
assassins se sont fait justice par eux-mêmes, un peu par peur, un peu par
désespoir.
La caverne représente l’inconscient, elle symbolise l’exploration du moi
intérieur, primitif, refoulé dans les profondeurs de l’inconscient. Entrer
dans la caverne, c’est faire retour à l’origine, et de là, tenter l’ascension.
Nous avons déjà étudié un symbolisme voisin lors de l’étude du cabinet de
réflexion au grade d’apprenti. La caverne est le lieu de passage de ceux qui
cherchent la vérité.
L’escalier de 9 marches qui mène à la caverne, rentre dans la terre, il
figure donc la progression vers le savoir occulte et la connaissance des
profondeurs de l’inconscient. S’il s’élevait vers le ciel, il s’agirait de la
connaissance du monde apparent.
Ainsi, tant la caverne que l’escalier, visent la connaissance de
l’inconscient, afin de permettre la naissance d’un homme nouveau. En
pénétrant à l’intérieur de la caverne l’élu accède au monde souterrain,
ténébreux de sa conscience.
La caverne, lieu mythique de l'humanité est marqué du sceau de
l’ambivalence; à la fois un lieu de refuge mais aussi d'effroi. Le symbole de
cette caverne, démontre bien que les idées sombres, néfastes,
dérangeantes, contraires aux règles et aux principes pris lors des divers
engagements maçonniques, ne peuvent apporter que tristesse, désolation,
et mort du Maçon qui faillit à ses engagements.
Mais revenons à la Lampe, elle ne fait pas qu’éclairer Abibala, elle
m’éclaire aussi, et par le biais de cette lampe, je suis le reflet de son image
déchue, c’est bien là que doit porter notre réflexion.
Moi, Joaben, mandaté par Salomon pour « venger » le crime, je ne suis pas
l’instigateur d’une vengeance qui n’aurait aucun sens ici, mais bien pour
expliquer que le coupable doit, par une introspection personnelle, un
retournement intérieur, prendre conscience de sa conduite.
La Lampe est un message donné par le G. A. D. L.U qui, loin de nous
demander une vengeance aveugle, laisse le libre arbitre à chacun d’entre
nous pour rétablir un juste équilibre, un juste retournement, mais ou
l’Elu Secret ne se salit pas les mains, et si d’aventure cela était, la source
est un symbole fort de purification !!
Il me faudra alors sortir de cette caverne, pour avoir accès à une source
d’eau fraiche qui me permettra de me rafraichir et faire mes ablutions,
c'est-à-dire, symboliquement, redevenir originel et retrouver une pureté
perdue !
Cela prouve s’il en était besoin, que chaque membre d’une société doit
être intègre, sans volonté de possession malsaine ou autoritaire, et l’image
que nous donnent les trois mauvais compagnons est un symbole fort vis-àvis
d’un Elu Secret.
Nous ne sommes plus ici au mythe de la caverne de Platon. En effet, dans
la définition de Platon, les esclaves voient leurs projections sur le mur de
la caverne, mais ignorent comment est
l’extérieur de la caverne. Ici, c’est exactement le contraire, et Abibala, qui
vient de tuer Hiram pour lui extorquer ses secrets, retourne à la caverne
comme pour expier ses méfaits indignes d’être vus au grand jour, mais
impossibles à cacher à sa conscience, à la Lampe !

Il ne peut que se donner la mort, puisque non respectueux des serments
pris, la venue et la vue de Joaben ne peuvent que réveiller un sentiment
d’horreur vis-à-vis de lui-même ! Coupé de ses Frères, sa conscience lui
dicte alors ce geste funeste. Cette allégorie marque nos esprits, et une
analyse sincère démontrera que nous pouvons faillir parfois, et que cette
lampe qui nous éclaire, qui veille et révèle parfois nos mauvais penchants,
doit être constante et rester éclairée à l’intérieur de chacun de nous.
Mais cette image est celle de tout Maçon qui, tout au long de sa vie et dans
tous lieux, doit être respectueux des règles et devoirs qu’il a juré de
respecter ! Dès lors où les règles sont respectées, il n’y a pas lieu de
vaincre Abibala, puisque, dans un monde de pureté et d’intégrité, Abibala
ne saurait exister.
Mais, si Abibala existe, le crime ne peut être impuni, la conscience est un
juge inflexible, et sans un pouvoir légitime, la vengeance est criminelle,
nous dit notre rituel !!!
En effet, la vengeance réclamée à l’origine, n’est somme toute que celle
définie par le Roi Salomon, belle allégorie et totale similitude avec les
engagements pris sur la chaire du Très Sage, qui laisse entrevoir que, si le
crime est répréhensible, il peut, par une introspection sincère, désaliéner
un vrai repenti !
Dans l’évolution de notre propre construction, notre esprit s’emprisonne
d’abord au « Centre de la Terre », là où la « lampe de la raison » éclaire la «
Vérité ». Avec ce flambeau que nous portons maintenant en nous, nous
pourrons entrevoir ce qui n’est pas visible, en regardant au-dedans de
nous, rappelant ainsi, tout comme la Loge qui n’est éclairée par aucune
fenêtre, que l’unité n’est visible que du dedans.
Nous pouvons en déduire que tout au long de notre parcours initiatique,
qui commence à notre re-naissance par notre entrée dans un monde
nouveau, nous serons guidés, éclairés, sur le chemin qui doit nous
conduire vers l’intérieur de ce monde, vers notre centre sacré. Ce chemin
est un chemin de lumière qui va vers l’intérieur, car c’est au plus profond
de notre être, que l’on découvre cette flamme qui brille, cette flamme qui
nous a été transmise à travers la « chaîne des frères et des soeurs».
Suivre ce chemin, c’est aller à la recherche de nous-mêmes, dans notre
rapport avec nos semblables et avec l’Univers, à la recherche d’un idéal. La
lampe, c’est ce qui nous permet de nous rencontrer avec nous même.
Et si cette Lampe est le G.A.D.L.U, je suis persuadé qu’elle brille en nous
depuis bien longtemps, bien avant notre initiation, depuis notre premier
jour, depuis le premier jour du premier homme. A nous d’entretenir sa
flamme.

Mars 2020
Monique DURET M.·.E.·.S.·. 
Souverain Chapitre Sirius - ASCRF
Vallée de Marseille

Le Pont

«La vie est un pont, traverse le, mais n’y fixe pas ta demeure»
(Sainte Catherine de Sienne)

«Il y a des hommes n'ayant pour mission parmi les autres que de servir d'intermédiaires ; on les franchit comme des ponts, et l'on va plus loin» 
(Gustave Flaubert) 

«Le pont entre la matière et l'esprit : le Verbe»
(Gitta Mallaz)

«Mon Dieu, qu’il y en a des croix sur cette terre, croix de bois, croix de fer, humbles croix familières, de silencieuses croix qui veillent sur le monde …»*, mes SS.·. et mes FF.·. il en va de même des ponts. Certains réunissent, d’autres divisent, il en est des fragiles ou des triomphaux ; des improvisés et des ornementaux ; des archaïques, des pittoresques, des fous ou bien encore mêlant génie et dénuement… Mais pourquoi cette analogie entre le pont et la croix me direz- vous ? Tout simplement parce que dans la croix, se trouve le passage de la terre au ciel, de la même façon que nous le consent le pont entre deux berges.

Le pont est un poème épique, une œuvre individuelle, anonyme et collective, au service de tous et de soi. Le rituel du IIIème Ordre nous parle peu de ce pont. En le synthétisant, voilà ce qu’il nous raconte :

- 1) Nous assistons à la destruction du Temple.

- 2) La libération de Zorobabel intervient.

- 3) La construction, le passage et la bataille du pont.

- 4) Rassemblons ce qui est épars.

- 5) Enfin construisons le temple.

Si nous analysons cette progression, ce cheminement, que voyons nous. La mort, la liberté la renaissance, tout cela sur fond de « luttes intestines » … C’est en fait, ni plus ni moins que notre quête depuis le jour de notre initiation. Pour naître, il faut mourir et pour mourir, il faut d’abord s’éveiller. Cette maxime entêtante, peut paraître saugrenue, elle est pourtant le précis de notre quête.La vie est un perpétuel recommencement. Quand on pense la boucle bouclée, la chose jointée, le pont passé, il faut partir à nouveau, cheminer sans cesse car la spirale est sans fin, pareille à notre faim d’instruction et de transmission.

Le pont est ce lien entre matériel et spirituel. Nous sommes à l’image du Pontife, à la fois pont et constructeur de ce pont. Dans toutes les mythologies, il est présent et c’est certainement dans l’ancienne Iran que sont image était la plus belle. Après sa mort, le défunt devait emprunter un pont qui était d’autant plus large qu’il avait été vertueux… Celui-ci pouvait donc être réduit à un « fil de rasoir » ; Comment cheminer sur un tel pont ? Cette remarque me remémore un jeu, vieux comme le monde, auquel s’adonnaient les « Pharaons Noirs d’Egypte » et que nous connaissons tous : le jeu de l’oie. Il est en ce jeu, une case dite « le pont de l’épée » qui représente une gorge étroite, au fond de laquelle un torrent se fraye avec fureur, un passage entre les rochers et celui-ci est surplombé d’une épée. Un pont qui ne permet ni d’avancer, sans aucun garde-fou le vertige nous presse, la souffrance de la blessure et la mutilation sont évidentes ; ni de reculer, puisque les parois sont abruptes. Le joueur, ne joue plus. Il est là terrassé par le fil de l’épée, vaincu par le vide, battu par le torrent… Il ne peut plus rien faire si ce n’est s’abandonner à Dieu, taire ses passions, devenir humble, originel ; négliger ses envies, omettre ses défenses… Etre Lui et seulement Lui. Face à la dérision de sa propre mort, le seul choix est de l’accepter et c’est là, qu’apparemment vaincu, totalement abandonné à son sort, dépouillé de ses miasmes et de ses certitudes, en proie au doute, qu’il place inconsciemment son destin entre les mains du Maître de la Voie. C’est là son seul tribut, mais quel don de soi, quelle abnégation, quel symbole ? C’est à ce moment là et seulement à cet instant précis, que le jeu peu reprendre ; Regardez le mes SS.·. et mes FF.·., il passe le pont, sans souci du tranchant de la lame, sans attirance aucune pour le vide, sans peur du tumulte des flots ; le Nouvel Homme est déjà sur la rive opposée, il s’est débarrassé de ses breloques et voit celles-ci, sur l’autre rive, gisant aux pieds de sa « vieille dépouille ». C’est la quête de Lancelot du Lac, qui ne voit ses blessures, ne sent pas la douleur, n’entend le fracas de l’eau et ne regarde que la tour et la Reine en son sommet. Nous sommes tous ce joueur que le hasard a placé là, sur cette case du « pont de l’épée », le jour de notre initiation, avec pour seule mission de le passer, de savoir vaincre nos passions, soumettre nos volontés, redevenir pareil à l’origine, au moment du Souffle Divin, beaux et libres, enfants de la lumière, bâtisseurs de Temples en nos cœurs.

Ainsi chacun est Principe, celui là même dont il révèle la Gloire, il est le G.·.A.·.D.·.L'U.·.. C’est quand la lumière éclaire l’image, presque un mirage, à peine une ombre, qu’Il se dévoile, peu à peu à nous et en nous, que l’énigme se fait Verbe et Vérité, qu’éclate alors la transfiguration du Tout dans l’Unité.

* Edith Piaf.

Marc-Antoine Bonnet, Vème Ordre, Gr.·. 9
Suprême Commandeur du Grand Chapitre Général d'Andorre

Columnas de un Templo Masónico

La columna es el principio de sustentación de cualquier edificio o construcción, ya que sobre las columnas las grandes obras son construidas o sostenidas. Derivada del latín columen, que significa "sostén" o “soporte”, elemento arquitectónico vertical que posee principalmente funciones estructurales pero también decorativas. Su sección es circular, cuando es cuadrangular suele denominarse pilar, o pilastra si está adosada a un muro. Nos dice la Enciclopedia de la Francmasonería que una columna “es un pilar redondo que se usa para sostener así como para adornar un edificio, cuya construcción varía en las diferentes órdenes de arquitectura. En la Masonería las columnas tienen una significación simbólica de sostén de la Logia y se conocen como Columnas de la Sabiduría, la Fuerza y la Belleza. El entendimiento de columna, en su forma concreta, es el de una viga cilíndrica vertical hueca que sostiene simbólicamente el templo. Entre los hebreos las columnas, o pilares, se usaban metafóricamente para significar los príncipes o nobles, como si fuesen las columnas del estado. Los elementos que componen a una columna clásica son tres: basa, fuste y capitel. La "basa”, se asemeja a la cepa del árbol, el “fuste” al tronco o corteza y el “capitel” al nacimiento de sus ramas más gruesas. Sus formas y ornamentos varían según la órden arquitectónica: barroca, rococó y neoclásica.

HISTORIA 

En el año 2600 a. C., en la arquitectura del antiguo Egipto, el arquitecto Imhotep hizo uso de columnas de piedra. Desde entonces todas las grandes civilizaciones las incorporaron a sus construcciones. Inspirado en la naturaleza y sus formas, se basó en los haces de caña que se utilizaban para sostener las viviendas primitivas, propios de las arquitecturas de piedra. Con el tiempo variaron sus fustes y capiteles, dándoles diversas formas estilizadas de flores como lotiformes, palmiforme o campaniforme. Entre las más elaboradas están las de los persas, con sus enormes columnas construidas en Persépolis, cuyos capiteles estaban decorados con bustos de toros. Los egipcios, persas y otras civilizaciones antiguas utilizaron las columnas de forma práctica para sostener los tejados de sus edificios, decorados exteriormente con relieves o pinturas. Los griegos y romanos las usaron tanto en el interior como en el exterior de los edificios. La Revolución Industrial impulsó la construcción de edificaciones con pilares de acero y hormigón armado, posibilitando realizar cerramientos exteriores sin funciones estructurales. En la arquitectura moderna, el funcionalismo o la arquitectura sustentable son algunos modos de concebir el diseño arquitectónico de las columnas. En razón de su pertenencia a alguno de los órdenes arquitectónicos clásicos, la columnas pueden ser:

· Columna dórica

· Columna jónica

· Columna corintia

· Columna toscana

· Columna compuesta

· Columna salomónica, que agregamos para tratarla a continuación.

La columna salomónica, torsa o entorchada es una columna con fuste de forma helicoidal, que se utilizó fundamentalmente en Europa y en América en la arquitectura barroca. Recibe su nombre porque se creía que así eran las columnas del Templo de Salomón, destruido en el año 586 A.C., de acuerdo a la descripción que se hace en la Biblia de las sus dos columnas principales. Estas flanqueaban el vestíbulo y se llamaban Boaz y Jachin, simbolizando respectivamente la fuerza y la estabilidad. Poseían un fuste retorcido, comúnmente de seis vueltas produciendo un efecto de movimiento. Este tipo de fuste puede haber evolucionado del estilo de la Columna de Trajano de la Roma antigua, erigida como homenaje al Emperador del mismo nombre, la cual una decoración con una banda única continua, en forma de espiral. La introducción de la columna salomónica en el barroco, expresa la condición de arte en movimiento. En muchas ocasiones se encuentra el fuste cubierto con decoración vegetal a base de hojas de parra. Los capiteles pueden ser diversos y es muy habitual que aparezcan retablos u otros adornos.

La Biblia nos cuenta, en el Libro de Reyes, que cuando los hebreos volvieron a la tierra prometida, el rey David comenzó a construir el Templo de Jerusalén, el Templum Domini (Templo del Señor). Tras la muerte del rey David su hijo, el rey Salomón, prosiguió la construcción del Templo en el Monte Moriah. “ Salomón comenzó la construcción del templo del Señor en el cuarto año de su reinado en Israel, en el mes de Ziv, que es el segundo mes del año, cuando hacía ya cuatrocientos ochenta años que los israelitas habían salido de Egipto. Tenía veintisiete metros de largo, nueve de ancho y trece y medio de alto. 3 El vestíbulo que había en la parte delantera del templo medía nueve metros de largo, igual que la anchura del templo, y cuatro metros y medio de ancho en la parte frontal del edificio. 4 Salomón le hizo al templo ventanas con rejas. 5 También construyó un anexo junto a los muros que rodeaban el templo, tanto alrededor de la sala central como del cuarto posterior y construyó celdas a su alrededor. 6 La planta baja del anexo medía dos metros y veinticinco centímetros de ancho; la planta intermedia, dos metros con setenta centímetros; y la planta alta, tres metros con quince centímetros; pues por fuera había reducido las medidas para no empotrar las vigas en los muros del templo. 7 En la construcción de éste se emplearon piedras totalmente labradas, así que al edificarlo no se escucharon martillos ni piquetas ni ningún otro instrumento de hierro. 8 La puerta de la celda de la planta baja estaba al lado derecho del templo; y para subir a los pisos intermedio y tercero había una escalera de caracol.”

El rey Hiram I de Tiro, contrató a un experto, éste “4 era hijo de una viuda de la tribu de Neftalí y de un nativo de Tiro experto en trabajar el bronce llamado Hiram Habif. Éste era muy hábil e inteligente, y conocía la técnica para realizar cualquier trabajo en bronce, así que se presentó ante Salomón y realizó todos sus trabajos. 15 Fundió dos columnas de bronce, que medían ocho metros de alto y cinco metros y medio de circunferencia. 16 Hizo también dos capiteles de bronce para colocarlos en la parte superior de las columnas. La altura de cada capitel era de dos metros y veinticinco centímetros. 17 Además hizo dos rejillas, trenzadas en forma de cadenas, para los capiteles que había en la parte superior de las columnas: una rejilla para cada capitel. 18 Hizo también dos hileras de granadas alrededor de cada rejilla, para cubrir los capiteles de las columnas. Así hizo con ambos capiteles. No eran macizos sino huecos, el grueso de sus paredes era de cuatro dedos. 19 Los capiteles que había sobre las columnas del vestíbulo medían casi dos metros y tenían forma de lirio. 20 Alrededor y en lo alto de cada capitel, en su parte más ancha, en forma de globo y junto a la rejilla, había doscientas granadas en dos hileras. 21 Hiram puso estas columnas en el vestíbulo del templo. Erigió primero la columna de la derecha y le dio el nombre de Jaquín, y luego la columna de la izquierda y le dio el nombre Boaz. 22 La parte superior de las columnas tenía forma de lirio. Así quedó terminado el trabajo de las columnas.”

LAS COLUMNAS Y EL TEMPLO MASÓNICO

James Churchward en su obra “El Continente Perdido de Mu”, refiere que “desde los tiempos más antiguos, dos pilares o columnas eran colocados en los atrios o entradas de los templos”... Niven, en su libro “Ciudades Perdidas Mexicanas”, muestra la entrada a un templo que aparece con dos pilares, uno a cada lado, cada uno señalado con un signo numérico. También sobre el centro del arco que los une, en lo que podría ser la piedra clave, se encontraba la letra hierática “H” según el alfabeto de Mu. Alrededor de ésta, el símbolo alfabético de cada una de las cuatro fuerzas sagradas, las cuatro grandes fuerzas primarias elementales: Tierra, Agua, Aire y Fuego.

Las columnas de los templos masónicos evocan las construidas en el Templo de Salomón, su tamaño es proporcional al espacio, y en algunos existe un lugar hueco dentro de ellas, el cual en ciertas épocas fue usado como repositorio de rollos constitucionales y de diversos documentos. Con respecto a las granadas, “que también se pueden ver en algunos templos, simbolizan abundancia y fertilidad. Esta fruta tenía asociaciones místicas en la antigüedad. Para la masonería denota esa abundancia que es el fruto de una utilización sabia de los dones que recibimos y que deben contribuir al progreso de la humanidad. Para la época era costumbre determinar los puntos cardinales basándose en el punto del sol naciente y el sur estaba hacia la derecha y el norte hacia la izquierda. Por lo tanto sur y derecha eran sinónimos, al igual que norte e izquierda. Josefo dice que: “Una de las columnas la colocó a la entrada del pórtico a la izquierda y la llamó Boaz”.

En el templo están ubicadas las dos columnas a la entrada, en el occidente y a cada lado se ubican, junto a ellos los dos vigilantes. En "Edimburgo" las palabras “B” y “J” se empezaron a usar en el Grado de Aprendiz y Compañero, como nos dice el Querido Maestro Joaquim Villalta, apoyado en las luces dadas por el Q:.H:. Patrick Négrier. Estas se asocian a los dos primeros grados cuando se conocen ambos nombres, dejando para el grado de Maestro la letra G. Según los diferentes ritos estas columnas se colocan de manera distintas: en el rito francés y egipcio, Jakin está a la derecha, al noreste, mostrándonos la ubicación del horizonte donde el sol sale el día más largo del año, el solsticio de verano. Boaz está a la izquierda desde donde sale el sol en el solsticio de invierno, considerado el día más corto del año. Estas fechas se dieron en situaciones diferentes y no guardan relación entre sí. En el rito escocés es al contrario, pero para aclarar cualquier duda podemos volver al “texto fundador de Edinmburgo, de 1696”, el cual responde con claridad a la pregunta: ¿Existen algunas luces en tu Logia? R:. Sí, existen tres: la del noreste, la del sur y la del este. También pasajes al oeste, lugar del horizonte donde el sol se levanta en cada uno de los dos equinoccios. En Edimburgo de 1696 se refieren a la puerta y a las dos columnas a "Noreste, Sudoeste, y Pasaje del Este". Con relación a la polémica de los ritos Antiguos y Modernos, si nos remontamos a 1737, podemos ver en el ritual descrito en “La Recepción de un Franc Masón”, donde “B” y “J” se le comunicaban al Aprendiz. En “La Orden de Los Franc Masones Traicionados”, en 1745, Gabriel-Louis PERAU, afirma que esto continúa. Lo que es realmente relevante es que “J” debe estar en el noreste/ noroeste y “B” (ubicando aquí a los que reciben a Jakim) en el sureste/suroeste de “B”. Cada Logia es libre de decidir, según su rito, la ubicación de los que reciben a Boaz o a Jakim. La materia de ambas columnas fue el “bronce”, aleación de cobre y estaño, que en los tiempos antiguos se usaba para los instrumentos del culto. La importancia del bronce en la Prehistoria representaba algo potente e imperecedero, apropiado para lo divino.

DEL NOMBRE 

Estas columnas debieron usarse en sacramentos sagrados. Existen varias teorías en relación al nombre de ellas y sólo a modo de ilustración les presento algunas.

Para los hebreos parece ser que era costumbre del pueblo darle nombres a objetos sagrados. En el libro de Éxodo se relata: “Y Moisés edificó un altar y llamó su nombre Jehovanisi”, que en hebreo antiguo significa “las vestiduras sagradas de Dios“. En ese órden de ideas, el nombre Jaquín está formado por las sílaba “Jah” forma corta de decir Jehová o Yahvé y “aichin” que quiere decir “establece”, por lo que el significado de Jaquín sería “Establece” o “Será establecido”, dándonos la idea de firmeza. A su vez, Boaz está formado por la sílaba “Bo” que significa “en El” y “Az”, “fortaleza“, o sea “en Él está la fuerza“.

Hay otra teoría, que dice que cada una de estas palabras es la primera de una inscripción que entera decía: “Que el Señor establezca (Jaquín) el trono de David y su reino para siempre y entonces en la fortaleza (Boaz) del Señor se regocijará el rey”. Aunque lógica e interesante y que tal vez haya sido el espíritu de las palabras, no es la impresión que dan los textos bíblicos, que simplemente citan los nombres de las columnas como si hubieran sido nombres personales. Esto origina otra teoría que sugiere que realmente eran nombres de personas. Por una parte Jaquín era el nombre del asistente del Sumo Sacerdote que oficiaba en la dedicación del templo y se asocia con Salomón y por otra parte Boaz era el nombre del bisabuelo del rey David y obviamente se asocia con David. Desde el punto de vista esotérico, podríamos pensar que Hiram haya tenido motivos para elegir estas palabras, como para tratar de representar, desde la semiología, la fortaleza, la firmeza y protección.

Igualmente en algunos textos de Maestros masones norteamericanos, existe una alusión al hecho de la vinculación entre los últimos caballeros templarios refugiados en Escocia y la constitución de la primera logia masónica moderna de Londres en 1717. Contemplan la posibilidad de que, por ese motivo, los templos masónicos modernos sigan la tradición templaria de erigir las columnas en sus templos con las letras “J” y “B”, como es el caso -entre otros- de la famosa capilla de Rosslyn en Escocia. Se estaría honrando al último maestre templario y el más famoso, Jacques De Molay, considerado mártir y caballero sagrado (en hebreo Kadosch) por templarios y masones. Las iniciales del nombre en latín de Jacques de Molay: Jacobus Burgundius Molay son J, B y M.

Lo cierto es que las Columnas en el templo no tienen un valor estructural ya que no sostienen nada en la mayoría de los casos, entonces es enteramente simbólico, como portal bien delimitado que permiten la entrada a una cámara interior, donde realizamos trabajos ajenos a los profanos. Desde allí, como en las coronaciones de antaño, nos iniciamos, ingresamos a un crecimiento masónico que indica que estamos preparados para un renacimiento desde el espíritu y que pasaremos entre columnas a un nuevo nivel de conciencia apoyados en ellas; la de la fuerza y la del control, portales simbólicos, una conexión entre el cielo y la tierra. Podríamos decir que en ellas está la lección, en las columnas mismas, en lo que representan silenciosamente para cada iniciado. Nos recuerdan la necesidad de crecer desde un firme cimiento y a través de la fuerza para emerger victoriosamente en todas las luchas de la vida. Senda para que los hombres durante su existencia terrenal, viajen un poco más allá, un tanto más alto hacia la cámara secreta de su existencia, como voz del silencio, como la luz que ilumina el camino hacia la sabiduría. Reproducimos aquí lo escrito por Jules Boucher en “La Simbólica de los Números”: “Dos pilares colocados lado a lado forman una Puerta llamada `Puerta de la Vida', `Puerta de los Cielos' o `Portal de la Eternidad'. Los dos Pilares son dispuestos comúnmente en ambos lados de la puerta de entrada a los lugares sagrados. También el modelo binario formado por los `dos Pilares' es frecuentemente un símbolo correlativo de la `Puerta'. La imagen de los dos pilares se inserta en un ámbito de carácter general que comporta a los Gemelos, el Doble León, los dos Horizontes, las dos Montañas del Mundo, las palabras bisílabas, las letras dobles. Al respecto, C. G. Jung dice: <Toda imagen doble... refuerza al multiplicar el valor simbólico de la imagen, o desdoblándola muestra las divisiones internas que la debilitan>”.

DEL SIGNIFICADO

Haciendo un breve recorrido por lo que han representado en varias miradas y épocas podríamos decir que las columnas son los elementos más importantes del pensamiento masónico del hombre, desde la antigüedad y las mitologías primitivas. Para quien se inicia es un nacer a un tiempo y un espacio sagrado de donde se sale de las tinieblas para recibir la Luz. Se nos enseña a colocarnos entre las dos columnas de la entrada, en el lugar central o medio donde se produce el equilibrio o armonización de toda dualidad a través del eje vertical invisible. En ese punto, entre columnas, y estando al orden, todo masón se mantiene en una actitud receptiva y es así como recibe la instrucción del grado nos es comunicada, al igual que los signos, palabras y toques que la Masonería atesora para nosotros; pero también es ahí, entre columnas, donde tomamos las decisiones definitivas para nuestro proceso iniciático, cuyo compromiso ratificaremos en el Altar de los juramentos. El masón en su camino iniciático viaja por el filo o justo medio, armonizando y conciliando los contrarios en su recorrido desde las tinieblas hacia la luz, en un proceso de retorno al verdadero origen que es supra humano y supra cósmico.

También la columna es “soporte” que representa el eje de la construcción y liga entre sí a sus diferentes niveles. En el capítulo segundo de la obra Hermetismo y Masonería, del manuscrito masónico Cooke, 1400, que se encuentra en la Biblioteca Británica, se plantea que toda la sabiduría anterior al diluvio de Noé fue recogida en dos grandes columnas. Más tarde, una de ellas fue descubierta por Pitágoras y la otra por Hermes el Filósofo, los cuales transmitieron las enseñanzas que ellas contenían a los hombres. Se configuran en los dos grandes afluentes sapienciales que nutrirán la Orden: el hermetismo que asegurará la protección del Dios a través de la Filosofía, es decir del Conocimiento, y el pitagorismo que dará los elementos aritméticos y geométricos necesarios que reclama el simbolismo constructivo. En otro orden, estas dos columnas del Templo Masónico simbolizan también la dualidad presente en la creación, la multiplicidad en que se manifiesta la Unidad al reflejarse a sí misma. La misma dualidad que representan los principios activo y pasivo en el Azufre y el Mercurio; el yang y el yin, las fuerzas expansiva y contractiva que rigen todo movimiento binario. Al igual que lo hacen el día y la noche, el Sol y la Luna y también, la Luz y las Tinieblas. Lo masculino y lo femenino que diferencian todo lo creado y definen sus características y en definitiva todos y cada uno de los pares de opuestos que uno pudiera nombrar.

La Cábala nos muestra que en el Árbol de la Vida, imagen del orden permanente de la creación, la columna del Rigor y la columna de la Gracia se hallan equilibradas en el Pilar central. El árbol, posee una figura propia de la columna y ésta, a su vez, es como un árbol estilizado. El simbolismo las integra y, de este modo, la columna simboliza el “árbol de la vida”. En las tradiciones célticas, es el de “eje del mundo”. En el arte greco-romano, las columnas se ponen en relación con el poder y la victoria, toman sentido de un “arco de triunfo”. Ejemplo Romano son las columnas de Trajano las que triunfales representan una ascensión hacia lo celeste, y una obtención del poder divino de la victoria y de la inmortalidad. Otro sentido simbólico es el de “puerta limite”, que tuvieron en la Antigüedad las conocidas “columnas de Hércules” (que en un principio fueron columnas de Melkart) situadas a ambos lados del estrecho de Gibraltar, siendo dos “columnas” paralelas, representaban una “puerta”, pero no de paso a franquear, sino para cerrar el paso. En las tradiciones judías y cristianas la columna tiene un sentido cósmico y espiritual. La columna soporta lo sagrado, la vida, el mundo. En Job (9,6) se evoca la potencia de Yahvé, capaz de sacudir las columnas del mundo: “Él sacude la tierra de sus cimientos, y hace vacilar sus columnas”. En el Antiguo Testamento es la presencia activa de la Divinidad, un faro y guía en el camino. Así en el Éxodo (13,21) dice que: “Iba Yahvé delante de ellos, de día, en columna de nube, para guiarlos en su camino, y de noche, en columna de fuego, para alumbrarlos y que pudieran así marchar lo mismo de día que de noche”. En la psicología actual representa la “afirmación de uno mismo”. Por su verticalidad es un símbolo de ascensión. Cuando se quiere rendir homenaje a otro, uno se inclina hacia él pero si se desea mostrar fortaleza uno pone bien recta la espalda, nuestro eje principal, la columna humana. Cuando el hombre surgió de entre los primitivos antropoides, lo que lo caracterizó fue el ser erectus, un ser con vocación de ascender por encima de lo terreno.

Otras miradas nos muestran diversos significados o representaciones. En el Hinduismo se presentan tres columnas, que están dentro del cuerpo humano: la Columna Ida, la columna Pingala y la columna Sushumna. También dos corrientes nerviosas o conductos situados a los lados de la columna vertebral. Una a la izquierda que se llama Ida y otra a la derecha Pingala, conductoras sutiles del Prana. La luna se mueve en Ida y el sol en Pingala. Ida es fría y Pingala caliente. Ida fluye a través de la fosa izquierda y Pingala por la derecha. El aliento fluye alternativamente, una hora por cada fosa. Mientras el aliento fluye a través de Ida y Pingala, el hombre se ocupa en sus actividades mundanas. Cuando la Columna Sushumna se activa, el hombre muere para el mundo y entra en Samadhi o iluminación. Tanto el Masón como el Yogui Hindú tratan de alcanzar su mejor nivel tratando que su Prana o energía Kundalini, poder serpentino o adormecido, recorra la columna central o el Nadi Sushumna, a lo largo de las 33 vertebras, chacra por chacra, hasta colocarse en la coronilla de la cabeza del Nadi Sushumna y es entonces cuando el Yogui logra diferentes clases de experiencias. Es en este momento en que se equilibran las columnas en el que se entra en un estado de consciencia superior, la energía se eleva.

Por otra parte en su obra “La Vía Simbólica”, Raoul Berteaux, comenta los números que caracterizan la estructura del Templo de Salomón: “Las dos Columnas colocadas al exterior del Templo, a uno y otro lado de la Puerta de entrada, parecen tener, de origen, una connotación astronómica. Son dos Columnas Idénticas que forman un modelo binario de tipo gemelar”.

Bayard, en su obra “La Meta Secreta de los Rosacruces”, dice que la columna “B” puede ser considerada como una columna del Tiempo, y la columna “J” como una columna del Espacio. Clavel, en su obra “Las columnas del cielo”, argumenta que las dos columnas representan los dos principios de creación y destrucción, de vida y de muerte, de luz y de tinieblas, cuyo juego alternativo mantienen el equilibrio universal. Lo que le daría sentido a su ubicación en los límites de la logia, separando dos mundos opuestos. En Log:. se trata de caminar hacia el Centro Supremo, hacia la unidad esencial de todo lo existente, que se encuentra más allá de ambas determinaciones.

ALGUNOS TÉRMINOS USADOS EN MAS:. RELACIONADOS
CON COLUMNAS

Es frecuente leer sobre masonería Columnas, he aquí algunas de esas formas de uso:

1. COLUMNAS: Designa en primer lugar las dos columnas simbólicas “J” y “B” situadas a la entrada de la logia, a imitación de las que Hiram colocó ante el vestíbulo del templo de Jerusalén según consta en la Biblia (I Reyes, 7, 21-22). También significa el lugar que ocupan los masones en la logia, según que estén al lado de una u otra columna.

2. BATIR COLUMNAS: Suspender los trabajos activos, cerrar o disolver temporal o definitivamente una Logia. El abatimiento, suspensión o disolución de la Logia, nunca podrá llevarse a efecto, cuando siete Hermanos, de los cuales cinco por lo menos posean el grado de Maestro, se propongan continuar los trabajos, y constituir Logia Justa y Perfecta.

3. ABRAZO FRATERNAL: Es una muestra de buen acogimiento, de paz y afecto que recíprocamente se dan los Masones en los diferentes Grados. La última ceremonia de la Iniciación, y consiste en abrazar el Venerable tres veces al Recipiendario, dándole el título de Hermano. Ninguna mala pasión o resentimiento entre dos Hermanos resiste el abrazo fraternal que se dan entre Columnas y en presencia del Taller.

4. LEVANTAR COLUMNAS: Término con que en Masonería se designa la constitución formal de una Logia Justa y perfecta y el comienzo de sus Trabajos Masónicos.

5. LA COLUMNA ROTA: En la Francmasonería, la columna rota es, como lo saben bien los Maestros Masones, el emblema de la caída de uno de los principales sostenes del Gremio. El uso de la columna o pilar como un monumento erigido sobre una tumba era una costumbre muy antigua, y era un símbolo muy significativo del carácter y espíritu de la persona sepultada.

Si intentamos construir un Templo espiritual o existencial, al interior de los seres humanos, como miembros de una comunidad o sociedad a la que pertenecemos, entonces éstas son fronteras de protección y el eje de nuestro progreso. Todo ello debería hacernos reflexionar acerca del rico simbolismo que se esconde en este componente de la logia, que son sus dos columnas de entrada. 

Sofía Camacho Chaljub, M.·. M.·.
R.·. L.·. Las Tres Virtudes Teologales Nº 8 al Or.·. de Cartagena, Colombia
Gran Oriente Nacional Colombiano